A chuva nossa de cada verão

O tempo das chuvas chegou. Cada ano elas descem mais rápidas, volumosas e devastadoras. As chuvas violentas fazem parte dos fenômenos climáticos extremos, do aquecimento global, juntamente com as chamadas ilhas de calor, de uma cidade castigada pela selva de concreto.

São Paulo não está preparada para recebê-la. Não é por falta de nossos avisos, de propostas e de lutas por uma cidade mais sustentável.  Infelizmente a Prefeitura pouco avançou nas medidas para preparar essa grande metrópole para as  violentas chuvas de verão.

A cidade está ainda mais impermeabilizada. A drenagem pluvial a cada ano se torna mais insuficiente, com bocas de lobo, galerias, córregos e tubulações sujos e com pouca manutenção e ampliação.

A massa arbórea da cidade não aumentou, porque a Prefeitura pouco plantou. E as matas remanescentes da cidade vêm sofrendo cruel devastação criminosa, que aumentou muito, conforme denunciamos em nosso dossiê apresentado em agosto desse ano.

A Prefeitura, inerte, quase nada fez, e a mata continua a cair, em especial nas áreas de mananciais da Zona Sul da cidade. Um crime socioambiental gravíssimo.

Assim, se a previsão científica se confirmar, teremos pela frente um período dramático por conta das enchentes, que devastam a estrutura da cidade.

Continuo estudando, propondo, cobrando, lutando, denunciando, responsabilizando a falta de políticas públicas nessa grande cidade para prevenir, combater e amenizar as cada vez mais ameaçadoras “chuvas de verão”.

Gilberto Natalini- Ambientalista e Vereador PV-SP

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