Haddad não investiu R$ 819 milhões em combate a enchentes
Faz tempo que o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) alerta para os efeitos das mudanças climáticas – estiagens e chuvas violentas. Após a crise hídrica que atingiu São Paulo em 2014 e 2015, ficou claro o despreparo e a ineficiência da Prefeitura para enfrentar o problema das áreas de risco e do contínuo acúmulo de lixo nos córregos que cortam o município. Além disso, não se investiu em novas áreas verdes nem em programas para evitar o aumento da impermeabilização do solo da região urbana. “A execução do Orçamento de 2015 mostra que o combate a enchentes não é prioridade do prefeito de São Paulo”, afirma Natalini.
Os números: a Câmara Municipal aprovou gastos de R$ 1,337 bilhão para 2015 nos diversos programas de combate a enchentes, mas a Prefeitura liquidou gastos ao final do ano de apenas R$ 518 milhões – deixou de aplicar efetivamente R$ 819 milhões (61% do total). Se adotarmos o critério de valores empenhados (reservados para gastos), o total de dispêndios alcançaria R$ 726 milhões – neste caso, o município não investiu R$ 611 milhões (45%).
Na dotação “intervenção de controle de cheias em bacias de córregos”, por exemplo, o Orçamento de 2015 estabeleceu gastos de R$ 915 milhões, mas a Prefeitura liquidou ao final do ano R$ 348 milhões – não aplicou R$ 567 milhões (62%). Já a dotação “obras e serviços nas áreas de riscos geológicos”, a administração municipal não investiu R$ 148 milhões (95% do previsto). A dotação “obras de combate a enchentes e alagamentos” não recebeu R$ 69 milhões (78% do estabelecido no Orçamento). “Infelizmente, a irresponsabilidade da Prefeitura só nos faz esperar pelo pior”, disse o vereador do PV.