Estudo da NASA, agência espacial norte-americana, divulgado no dia 21 de janeiro, mostra que este é o sétimo ano mais quente desde que os registros começaram a ser medidos há 134 anos. Segundo o estudo, isto “confirma a tendência de aquecimento global em longo prazo do planeta”.
Também iniciamos 2014 ainda sob o rescaldo dos resultados pífios da Conferência do IPCC/ONU – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – (COP19), encontro anual que discute as reduções do impacto (mitigações) do aquecimento global, em que pouco se avançou para um acordo mundial que mitigue o aquecimento global, abaixo dos 2ºC críticos.
Os países, não querem assumir custos no esforço de construção da economia de baixo carbono, livre da adição em combustíveis fósseis. Se no plano global não há motivos para comemoração, no local é ainda pior.
São Paulo vinha avançando na política de mudanças climáticas, com o Ecofrotas (ônibus elétricos, biodiesel e etanol), novos parques urbanos, arborização e inspeção veicular.
Mas esta trajetória sofre descontinuidade na gestão Haddad. Parques são invadidos e não se pensa em novos. A inspeção veicular foi flexibilizada e por hora em suspenso. A arborização caiu muito e a Prefeitura paulistana fala em abrir mão do Cemucam, nosso único viveiro produtor de mudas de árvores.
Por isso, em dezembro, encaminhei ao prefeito dois requerimentos que cobram informações detalhadas sobre o planejamento até 2016 para esta área.
A Prefeitura também tem ignorado a aplicação da Lei da Política Municipal de Mudanças Climáticas (Lei 14.933/2009).
Mas nossas ações de mandato são pautadas na luta pelo meio ambiente e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Há doze anos o nosso gabinete realiza a Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas da Cidade de São Paulo (P+L), com a participação de quatro mil pessoas, na edição de 2013. Este evento é uma ferramenta de comunicação para sustentabilidade para despertar a consciência e mudança de atitudes de todos.
Sou organizador do livro Mudanças Climáticas: do global ao local, lançado em novembro do ano passado. o livro traz as reflexões, ações e consequências das Mudanças Climáticas na vida dos moradores da cidade de São Paulo.
O nosso mandato faz a lição de casa a propor o projeto de lei que regula o uso de água potável na limpeza de calçadas incentivando a varrição e o uso de água de reuso na capital (PL 737/2013); o projeto de lei que proíbe o comércio de carvão vegetal de mata nativa (PL 501/2013).
Também apresentamos o projeto de resolução que torna obrigatório o abastecimento com álcool de carros flex da frota da Câmara Municipal de São Paulo, como a divulgação de dados sobre o consumo (PR 40/2013), e o que pede que a Câmara faça e divulgue um inventário de carbono de suas atividades e torne público os valores (PR 39/2013).
Também enviei ofício ao Ministério da Fazenda em defesa do aumento da mistura de biodiesel de B5 (5%) para B7 (7%); além de sugerirmos para a ONU/UNESCO e Rede Globo o projeto Natureza Esperança para apoiar ações práticas em reciclagem e mitigação do aquecimento global.
Em dezembro do ano passado, fizemos o 32º Ciclo de Debate Município Saudável que discutiu a relação das enchentes com a impermeabilização e mudanças climáticas e que reuniu especialistas no assunto.
Participei de atividades como a COP 15 e C40 – como integrante da comitiva oficial da Cidade de São Paulo na 15ª Conferência das Partes realizada em Copenhague – Dezembro de 2009; da C40 na cidade de São Paulo em 2011 e da Rio+20 em junho de 2012.
Convido cidadãos e ONGs preocupadas a se somar nesses pleitos. Porém não basta cobrar de autoridades pouco sensíveis à causa ambiental. É preciso dar o exemplo e isso começa em casa, economizando energia, reciclando lixo e utilizando mais o transporte público. Se cada um fizer um pouco chegaremos no resultado esperado. Mais saúde para o planeta e para seus habitantes.
Leia mais sobre a pesquisa da NASA aqui
Gilberto Natalini
médico e vereador (PV-SP)
natalini.com.br
