Um novo parque para a Penha

Vereador Natalini e sociedade civil organizada batalham pela
preservação de área de quase oito mil metros defronte ao Metrô Penha

 

A recuperação da antiga estação de trem Guaiuna está mais perto de concretizar-se. O vereador Gilberto Natalini protocolou indicação ao prefeito Gilberto Kassab solicitando a construção de um parque municipal na área de quase 8 mil metros quadrados localizada defronte ao Metrô Penha. No local, atualmente abandonado, existe um antigo posto de controle do ministério da agricultura datado de 1938 e trilhos de parte da linha férrea no chamado Ramal dos Romeiros. Também se destaca na paisagem, além de dezenas de árvores nativas, uma Figueira de 250 anos catalogada pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

 

 

Natalini encontrou-se com um dos idealizadores do projeto, o engenheiro Reinaldo Martinez Ruiz, que nasceu, cresceu e até hoje mora na Penha. O vereador conta que a prioridade no momento é garantir a preservação da área, que conta com diversos objetos do século XX. “Fases posteriores contemplam a criação de um circuito histórico e religioso pelo bairro”, afirma o vereador.

 

Para Natalini, o resgate da memória do bairro é essencial. “O bairro da Penha tem uma história riquíssima que precisa de todo o incentivo possível para continuar viva”, disse o vereador, que está envolvido na criação e manutenção de diversos outros parques na cidade. O engenheiro Reinaldo Ruiz, que comanda o FUNDURB – Fundo de Desenvolvimento Urbano da região Leste, faz coro. “A recuperação e manutenção desse espaço é vital no processo de recuperação da memória histórica e cultural do bairro”, diz ele.

 

Opinião: Preservar é preciso

 

Muitas crianças questionam os pais sobre a necessidade de se estudar a História. Afinal, pensam elas, se todos aqueles fatos já aconteceram, por que devemos nos preocupar em aprendê-los? Não é mais importante nos voltarmos ao futuro e estudar apenas o que pode trazer o progresso?

 

Resgatar o passado é a melhor maneira de compreender o presente. Apenas assim podemos entender as mudanças que construíram a situação atual. Também aprendemos com os erros de nossos antecessores para evitar repeti-los e agravar eventuais problemas.

 

Conhecer a história da região onde se vive é uma maneira de consolidar a identidade do cidadão e permite-o reconhecer seu papel na sociedade. Por isso me esforço para conservar a memória de São Paulo e de seus bairros mais antigos. A Penha, com 344 anos, precisa resgatar sua tradição e exibi-la às novas gerações.

 

As ruas estão impregnadas com o passado do bairro, outrora ponto de parada importante para quem vinha do litoral e do Rio de Janeiro. A ausência de edifícios, proibidos pela Lei de Zoneamento, apenas reforça o caráter histórico que aos poucos tem ganhado o destaque a atenção necessários.

 

Por isso o projeto de criação de um parque municipal na antiga área da estação Guaiaúna é tão importante para os penhenses. É uma maneira lúdica e divertida de ensinar aos mais novos sobre a região e reconhecer os esforços daqueles que trabalharam por toda a vida em prol do nosso bairro.

 

Trabalhar o orgulho local é uma maneira de estimular a produção cultural e artística. A história é frequentemente usada como inspiração em obras que exultam personagens e acontecimentos importantes, além de permitir ao artista recriar fatos com sua visão singular e atrair ainda mais interesse para o assunto.

 

Vamos continuar lutando pela preservação e divulgação do patrimônio histórico da Penha e de toda São Paulo. Com as memórias do passado e os fatos do presente, podemos juntos construir um futuro melhor para as próximas gerações.

 

Gilberto Natalini

médico e vereador (PSDB)

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