IAB do Rio se manifesta sobre as enchentes no estado

 

Instituto de Arquitetos do Brasil

Departamento do Rio de Janeiro

 

SETE ESCLARECIMENTOS À POPULAÇÃO SOBRE AS TRÁGICAS CHUVAS QUE SE ABATERAM SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

 

1. Nem toda favela é área de risco; nem toda área de risco é favela.

 

2. Se não houvessem existido as obras de urbanização e reassentamento promovidas pelos programas ‘Favela Bairro’ e ‘Morar sem Risco’, o número de vítimas no Município do Rio de Janeiro teria sido, seguramente, muito maior. Esta é uma política correta e vitoriosa que precisa ser continuada.

 

3. Não há solução eficaz e duradoura para o problema das enchentes e suas consequências sem investimentos públicos massivos, continuados e tecnicamente qualificados, principalmente nas áreas de habitação, transporte e saneamento. Habitação e Cidade são interdependentes e devem ser construídas simultaneamente.

 

4. As famílias moradoras em áreas de risco iminente precisam ser apoiadas para se transferirem a um lugar seguro, garantindo-se a integridade de suas atuais moradias enquanto laudos técnicos sejam realizados sobre a natureza e permanência do risco.

 

5. Havendo necessidade de reassentamento, ele deve se dar mitigando eventuais perdas relativamente às relações econômicas e sociais estabelecidas.

                                                              

6. Os governos federal, estadual e municipais precisam contar com estruturas de planejamento permanentes e estáveis, para a implementação de políticas urbanas de médio e longo prazo.

 

7. A população pobre não é suicida. Mora em áreas de risco por falta de alternativas.  Havendo modos de financiamento habitacional e transporte público de qualidade, toda a cidade se beneficia e novos danos sociais e ambientais se evitam.

 

Nós, arquitetos do Rio de Janeiro, reafirmamos nossa solidariedade com as vítimas das chuvas e, em especial, com os que perderam seus entes queridos. Continuamos prontos a contribuir para a construção de uma metrópole melhor, mais justa, menos desigual, onde todos os cidadãos possam dispor de um lugar seguro para morar, integrado à cidade, e contando com os equipamentos e serviços públicos necessários à vida urbana contemporânea.

 

Rio de janeiro, 14 de abril de 2010

 

Conselho Administrativo e Conselho Deliberativo do

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL / Departamento do Rio de Janeiro 

 


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