Plenaria do CREA discute o projeto do CAU

No ultimo dia 08 de abril ocorreu a reunião Plenária dos conselheiros do CREA. Em debate os processos de ética e exercício profissional. Outro tema debatido foi o projeto de lei federal de criação do CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

Veja o discurso proferido pelo Coordenador da camara de arquitetura o Arq. Urb. Nilson Ghirardello.  

 

Senhor Presidente

Caros membros da Plenária do CREA/SP

 

O Processo C335/09/CAU analisado pelos Colegas, e no momento discutido por essa Plenária, originou-se a partir da proposta desse Coordenador que elegeu a discussão como prioridade em seu Plano de Gestão, e por solicitação dos colegas arquitetos, no ano de 2009. A idéia era que a Câmara Especializada de Arquitetura de São Paulo pudesse contribuir com sugestões para a melhoria do Projeto de Lei que cria o CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo, no momento em tramite no Conselho Nacional.

Acredito que foi uma das reuniões mais emblemáticas e participativas da CEARQ, onde pudemos nos manifestar sobre o PL, a profissão, nossos anseios e nosso futuro.

As propostas daí advindas foram encaminhadas pelos colegas aos Deputados, Presidentes do IAB, SASP, CBA, ASBEA, ABEA, etc.

Os reflexos de nossas sugestões aos poucos estão se fazendo sentir nas alterações do PL que freqüentemente estão ocorrendo, e cujo formato ainda não está fechado, recebendo continuamente emendas e propostas das Comissões do Congresso Nacional. Em virtude dessa circunstancia é que nossa manifestação é a que se encontra nos autos, ou seja: ¨deve o processo aguardar na Câmara Especializada de Arquitetura com o intuito de revisão e atualização permanente de seu conteúdo¨, pois afinal, o texto ainda não se fechou. Esse mesmo processo, originado na CEARQ, e contendo nossas propostas, percorreu as Câmaras Especializadas desse Conselho. Os Colegas o leram e puderam manifestar-se, e pelo que vimos, parte das Câmaras se manifestaram desfavoráveis a nossa saída do sistema CONFEA/CREA. 

A principio, eu, em nome dos colegas arquitetos, e como Coordenador da CEARQ, quero agradecer aos demais membros desse Colegiado por nos quererem juntos, afinal compartilhamos o Sistema ha muitos e muitos anos, e somos certamente, devido a aura de criação e inventividade que envolve a profissão de Arquiteto um elo visível, inovador, que aproxima o sistema da sociedade.   Somos também, em quantidade expressiva e sempre em ampliação, responsáveis por significativa parcela de nossa arrecadação. 

Os motivos que embasam o desejo dos Arquitetos saírem do sistema são vários, e vão desde a pouquíssima autonomia das Câmaras, à necessidade de focarmos as nossas necessidades profissionais especificas.

Outro motivo relaciona-se ao desejo dos Arquitetos em possuírem um Conselho próprio, pura e simplesmente isso, idéia histórica discutida, debatida e desejada por muitos colegas ha pelo menos 50 anos, conforme manifestação de ilustríssimos veteranos, incluindo-se o mais famoso deles, Oscar Niemeyer.

Faço um paralelo com a situação daquele filho, já maior de idade, que resolve sair do aconchego, segurança e conforto da casa dos pais.

Se o desejo for legitimo, altaneiro e soberano o que os pais podem fazer? Bloquear os desejos? Prender o pobre filho? Certamente, mesmo que o façam pouco resultado terão, pois o ideal de independência, liberdade e autonomia está na essência das pessoas, sociedades, estados e porque não, dos grupos profissionais. E essa é a questão principal, meus caros colegas do CREA/SP, quando a aspiração é legitima só resta desejar boa sorte, e que continuemos a prestar um bom serviço à Sociedade,  fim maior de todos nós. 

Assim como bons Pais, os colegas dessa Plenária, freqüentemente nos lembram as dificuldades que enfrentaremos com a criação de um novo Conselho. E com isso só podemos concordar.

Serão anos e anos da montagem administrativa, ajustes, erros e acertos, problemas com fiscalização, disputas políticas acirradas, vaidades satisfeitas e não satisfeitas. Será sofrido? È bem provável que sim. Mas novamente recorro à figura de filho que sai da casa do pai: Quem deverá passar pelas provações? Será o filho, colegas.

Só a nós cabe traçar nossos destinos, passarmos por nossas amarguras e gozarmos de nossas conquistas.  Ou como disse um escritor russo:

 

"Nenhuma grande vitória é possível sem que tenha sido precedida de pequenas vitórias sobre nós mesmos”.

( L. M. Leonov )

 

Por fim, agradecemos o tempo despendido pelos Colegas no Estudo e Elaboração de pareceres ao processo originado em nossa Câmara, que analisa o Projeto de Lei do CAU, mas também consideramos que essa é uma posição de soberania de um Grupo Profissional, e que diz respeito sobremaneira a esse Grupo:

Aos Arquitetos e Urbanistas!

 

Muito Obrigado!!!!    
 

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