Apesar de ter sido proposta e editada em agosto de 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem é um tema ainda emergente na saúde pública. As ações da Política Nacional da Saúde do Homem no SUS – Sistema Único de Saúde, para se ter uma idéia, foram iniciadas somente em 2011 na cidade de São Paulo.
Os desafios para ampliar o acesso da população masculina à rede de atenção pública ainda são grandes. Uma das causas pelas quais os homens adentram ao sistema de saúde por meio da atenção especializada é a necessidade de fortalecimento e qualificação na atenção básica, que é a porta de entrada para a promoção da saúde e a prevenção aos agravos.
Outra causa decorre de múltiplas variáveis, com destaque para as de ordem cultural.
“Crenças e valores do que é ser masculino” são potencializados por estereótipos que levam o homem a se julgar invulnerável. Um grande erro! Revelado na altas taxas de morbimortalidade masculina. “Entre os homens , a falta de uma cultura preventiva que valorize o autocuidado, o medo da descoberta de uma doença e a possibilidade de ter que se submeter a um tratamento, a vergonha em realizar procedimentos clínicos, como o toque retal entre outros e de se expor a um profissional da saúde homem ou mulher, e a não identificação com os programas oferecidos pelos serviços de saúde são alguns elementos que tornam os homens mais vulneráveis e devem ser observados pelos profissionais no planejamento e na execução das ações de promoção e prevenção (Gomes,2008).”
No município de São Paulo, a implantação da Política de Saúde do Homem, em 2011, se pautou pela integralidade da atenção, priorizando a atenção básica com foco na Estratégia de Saúde da Família. Apesar da capacitação e sensibilização de parte da equipe dos profissionais da saúde, a rede do Estratégia de Saúde da Família, necessita de ampliação levando em conta e considerando relevante o olhar sobre a saúde do homem e as conseqüências advindas pelo retardamento na atenção básica.
Promover de fato a implantação e implementação, inclusive, identificando os avanços e as lacunas para o aprimoramento da Política de Saúde do Homem no SUS, ainda continua sendo um desafio.
Gilberto Natalini
Médico e Vereador PV/SP
