São Paulo precisa de um Museu do Vidro

São Paulo, apesar de berço da industrialização no país, não conta com museu de porte que resgate a memória desse processo, que se intensificou a partir do fim do séc. XIX. Algumas indústrias mantêm coleções de seus produtos e alguns exemplares de maquinário, mas não há um espaço para abrigar e congregar tal acervo disperso, que poderia ser cedido em comodato para exposição.

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Uma campanha pública poderia recolher muitos produtos dos primórdios da era fabril de SP e também de memorabilia como brindes, cartazes, material de escritório brasonado etc. Assim se teria um rico conjunto de elementos para pesquisa histórica como se despertaria entre visitantes, especialmente os jovens, o interesse pela tecnologia, tema vital para a competitividade e sucesso de uma economia do porte da brasileira. Infelizmente, o processo de desindustrialização em curso e o as imensas dificuldades enfrentadas pelo setor face a tributação insaciável, tremenda carência de infraestrutura, gargalos na logística, burocracia onipresente, concorrência predatória, notadamente de produtos asiáticos e falta ou equivocada política industrial estão levando ao fechamento de muitas empresas. Como não há instituição que possa recolher, avaliar e selecionar materiais significativos e fazer sua guarda em reserva técnica para eventuais exposições temáticas, o destino de equipamentos, moldes, ferramental, desenhos, memoriais e instrumentos de medição preciosos, que contam os avanços da técnica, têm sido o mero sucateamento.
O Vereador Gilberto Natalini (PV/SP)  recebeu o pedido de apoio do Instituto do Vidro – IVI, coordenado pela artista plástica em vidro, Elvira Schuartz e que conta com apoio da Abividro – Associação Brasileira da Indústria de Vidro no sentido de se criar o núcleo do 1º Museu do Vidro na América do Sul. O pleito é de cessão de uso de cerca de 2000 m² em um prédio público ou algumas salas que possam abrigar uma coleção de peças em vidro, maquinário e ainda sediar uma mostra que aborde a evolução, perspectivas futuras, economia de energia e inovação e também uma oficina-escola de arte e design em vidro.
A pedido do vereador Natalini, o Secretário de Cultura Nabil Bonduki, recebeu no dia 9/06,  uma comissão de pessoas que defendem a criação do Museu do Vidro. Participaram da reunião, além dos assessores do vereador Natalini, Marcelo Morgado e Sergio Martins,   Elvira, diretora executiva do IVI, acompanhada de Ronaldo Bianchi, diretor do IVI e ex secretário estadual de cultura e Claudia Zampelli, gerente marketing da Abividro.   A Secretaria Municipal de Cultura foi bastante receptiva à proposta, cogitou a possibilidade de ceder alguma área ociosa na antiga gráfica da Prefeitura Municipal de SP no Cambuci, hoje administrada pela Secretaria Muninicipal de Direitos Humanos e pediu que se formalizasse o projeto museológico e um plano de despesas, que apontasse a fonte de recursos privados assegurados para manutenção do museu. Os assessores propuseram se contactar a Abigraf, considerando a origem do prédio, para que se reúnam forças com a indústria gráfica, se compartilhando auditório, biblioteca etc. e também as despesas de manutenção.

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