A Câmara Municipal de São Paulo realizou nesta segunda-feira (22) a primeira audiência pública para discutir a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo conhecida como Lei de Zoneamento da cidade. Segundo os parlamentares, ao todo serão 46 sessões para debater as novas regras das mudanças que serão implantadas na organização e crescimento da cidade nos próximos anos.
“A nova Lei de Zoneamento pretende promover o desenvolvimento da economia e fortalecer o setor produtivo e melhoria do ambiente de negócios”, afirmou Fernando de Melo Franco – Secretário de Desenvolvimento Urbano durante sua explicação na audiência em relação ao projeto. Ainda de acordo com Secretário, a proposta de zoneamento para a cidade entregue pela prefeitura foi feita após amplo estudo dentro das Secretarias Municipais. “A cidade foi divida em setores para garantir estratégias necessárias para a melhoria e qualidade de vida das pessoas”, acrescentou Franco.
Todas as subprefeituras irão promover debates para que os moradores possam dizer o que desejam para cada bairro. Durante a audiência realizada na Câmara de SP, moradores e representantes de associações de bairros falaram sobre os problemas enfrentados. Para o Movimento Zoneamento Real, o ideal seria ampliar o uso dos corredores, por exemplo, o Movimento pede que o eixo Augusta/Morumbi seja ampliado para Zecor3, ou seja, eles querem que a região não tenha restrição a qualquer tipo de comércio. Outros pontos também foram destacados nos bairros da cidade. Os moradores da região dos jardins não querem mudança no bairro e pretendem apresentar um estudo sobre o impacto no trânsito. “Nós não queremos e nem precisamos de mais comércio nos Jardins. Qualquer quarteirão que você anda, encontra padaria, restaurantes e mercados. Trazer mais para que? Só se for para atacar o pouco de área verde da cidade”, disse Marcelo Kneese da SAMORCC .
“O bairro de Cerqueira César já é adensado. É verticalizado de tal forma que não comporta mais prédios. Queremos um bairro verde com qualidade de vida em São Paulo”, disse Célia Marcondes, advogada e representante dos moradores de Cerqueira César.
O vereador Gilberto Natalini (PV) também participou da primeira audiência e afirmou ter estranhado que as empreiteiras não estivessem presentes, além de criticar a forma que a atual gestão cuida da questão do verde na capital. “A ocupação da cidade está sendo feita de forma predatória, estão acabando com pouco de área verde que ainda resta, sem se preocupar em preservar áreas de mananciais e parques de São Paulo”, disse Natalini.