“A união de todos é indispensável na guerra contra a dengue: a situação é séria e, se não tomarmos medidas preventivas vamos ter uma epidemia”. A afirmação é do vereador Gilberto Natalini (PV) durante ato de conscientização realizado nesta sexta-feira (27) na Praça da Sé.
Dezesseis mil panfletos foram distribuídos durante o ato cuja iniciativa partiu após encontro do Comitê Civil contra a Dengue coordenado pelo parlamentar e realizado, no último dia 16, na Câmara de São Paulo.
Desde 2003, o vereador Natalini trava uma guerra incessante contra o mosquito e já foram distribuídos, daquele ano para cá, mais de sete milhões de folhetos com orientações para acabar com os focos de dengue. Só neste ano, o número de folhetos chega à casa de um milhão.
“O cenário é preocupante: é possível que entremos 2016 com um grande número de casos o que é um fato ameaçador e significativo”, alerta o vereador.
O mosquito da dengue – aedes aegypti – tem vida média de trinta dias e uma só fêmea pode picar um grande número de pessoas. Em 2014, foram registrados 29 mil casos na cidade de São Paulo e 14 óbitos. Neste ano de 2015, a incidência da doença vem preocupando ainda mais os especialistas, uma vez que o número de casos detectados triplicou.
A necessidade de vigilância no ambiente doméstico com a limpeza dos recipientes que contenham água ao menos uma vez por semana é recomendada já que 85% da reprodução do mosquito ocorre nas residências e cada pessoa pode contrair dengue até quatro vezes.
Dengue é doença sazonal: começa em fevereiro e atinge o pico em abril/maio. O que ocorre é que, agora, há menos problemas com água parada em pneus, vasos de plantas etc e sim com os chamados imóveis especiais (shopping centers e escolas) onde circula grande número de pessoas.
Casas abandonadas e/ou fechadas, cemitérios e terrenos baldios são focos do mosquito e, por isso, devem ser fiscalizados e limpos.
Um só caso de dengue custa ao Estado em torno de R$ 10 mil.
O vereador Natalini ressalta que medidas contra a dengue são extensivas ao controle de outras importantes e gravíssimas doenças como Zika e Chikungunya.
“A situação é alarmante: o país enfrenta o início de uma tríplice epidemia”, insiste Natalini ao esclarecer que existem evidências que o Zika pode causar lesões no feto como a microcefalia.
Até o momento, o número de bebês nascidos com microcefalia ultrapassa a marca de 500; a doença ganhou níveis epidêmicos nos últimos três meses e esses números nunca foram registrados em nenhum país do mundo.
No caso da Chikungunya – que chegou ao Brasil no ano passado e permaneceu, inicialmente concentrada em um número pequeno de cidades – a preocupação dos especialistas aumenta a cada dia já que a doença está avançando. No ano passado, a infecção foi identificada em 3.657 pessoas, moradoras em oito cidades. Neste ano, até agora, são mais de 8 mil os casos suspeitos e espalhados em, aproximadamente, 44 municípios de 8 Estados (Amapá, Amazonas, Pernanbuco, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rio Grande do Norte), além do Distrito Federal.
No último dia 26 deste mês de novembro, foram registrados dois casos de microcefalia em São Paulo que podem ter relação com o zika vírus; as gestantes vieram do Nordeste (Paraíba e Pernambuco) do país e a doença foi constatada por ultrassom. Um terceiro caso de possível microcefalia por suspeita de zika vírus está sendo investigado e ainda não foi confirmado.
Desde 2007, a média histórica dos casos de microcefalia (quando o bebê nasce com o crânio menor que o normal) varia de dez a quinze por ano e, neste ano, doze casos já foram confirmados na cidade.
O ato desta sexta-feira mobilizou diversos vereadores da cidade de São Paulo, representantes da OAB, Arquidiocese de São Paulo, igreja Universal, Hare Krishna, SIEMACO, Sindicato Comunitário, Comunidade Armênia, Cofisa, Sucen e Conselho de Medicina Veterinária/ SP, entre outros.