“Essa lei de zoneamento é uma monstruosidade, vai piorar São Paulo: é algo feito às pressas que não respeita as áreas verdes, é contra o Plano Diretor e repleta de distorções”. Afirmação do vereador Gilberto Natalini (PV) durante sessão plenária realizada nesta quinta-feira (25), na Câmara de São Paulo, durante votação da lei de zoneamento.
O projeto confirma a ampliação de corredores de comércio nos bairros e libera vagas em vias com oferta de transporte, o que vai de encontro ao Plano Diretor da cidade.
“Não faço as coisas por debaixo do pano, como faz a maioria dos políticos: falo o que penso e sempre vou defender a cidade”, destacou Natalini em sua fala da tribuna ao salientar que “a Prefeitura quer colocar corredor de ônibus em ZERs (Zonas Estritamente Residenciais) em bairros que são verdadeiras ilhas de tranquilidade e respiradouros da cidade.”
Foram 9 meses de debates, 4 versões do texto e várias modificações realizadas na última hora. Aprovada, a lei de zoneamento vai vigorar até 2029.
A propósito, o vereador entrou com dois mandados de segurança contra o PL enviado pelo Executivo. O primeiro foi em dezembro último quando contestou a ausência de definição por escrito nos mapas da cidade. O outro mandado, diz o vereador, foi encaminhado hoje quando “entramos na Justiça porque fui surpreendido com a publicação de um terceiro substitutivo publicado no Diário Oficial na mesma data da votação (25/02/2016); pedi que o juiz sustasse a votação para termos um tempo hábil para estudar, analisar e levar o texto para a apreciação popular (obrigatória por lei)”.
“Nessa correria, 90% dos vereadores votaram sem saber o teor exato do texto; foram tantas as modificações que ninguém sabe em que e por que está votando. Foi tudo feito às escuras, às pressas e não há transparência”, informou Natalini que votou contra o projeto que foi aprovado por 45 votos a favor e 8 contra.
Meio Ambiente
“Como médico e ambientalista, não posso defender uma lei que destrói as áreas verdes da cidade de São Paulo. A possibilidade de construção de prédios residenciais e equipamentos públicos em áreas de mananciais é uma aberração”, indignou-se o parlamentar Gilberto Natalini.
Ruído
Bares abertos depois da 1h, sem isolamento acústico: multa de R$ 8 mil, valor 80% menor que o atual. Para o vereador Natalini, “ o ruído urbano é um dos maiores problemas de São Paulo, é altamente prejudicial à saúde e causa, inclusive, neuroses”.