Aprovado, em segunda votação, nesta quarta-feira (19), PL 33/2014 de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), que dispõe sobre a criação de campanha educativa de conscientização sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).
A Síndrome Alcoólica Fetal é o transtorno mais grave do espectro de desordens fetais alcoólicas e constitui um complexo quadro clínico de manifestações diversas que podem ocorrer em quem cuja mãe consumiu bebida alcoólica durante a gestação.
Os efeitos decorrem da interferência na formação cerebral, em especial na proliferação normal e migração dos neurônios que não se desenvolvem completamente em certas estruturas e podem acarretar alterações congênitas, anomalias do sistema nervoso central, retardo no crescimento e prejuízos no desenvolvimento cognitivo ou comportamental.
A exposição pré- natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves ao bebê, ou surgir tardiamente e se perpetuar na fase adulta.
No Brasil, não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre este tipo de dano. Entretanto existem números de universos específicos. Para se ter uma idéia, no Hospital Municipal Maternidade- Escola de Vila Nova Cachoeirinha, um estudo com duas mil futuras mamães apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar a luz.
Importante ressaltar que o melhor caminho é a prevenção. Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco.
Preocupada com a questão da SAF a Sociedade de Pediatria de São Paulo solicitou, no início de 2014, ao vereador Gilberto Natalini, a institutição de uma campanha permanente sobre os perigos da ingestão de álcool na gravidez. A solicitação foi prontamente encampada pelo vereador, que apresentou o projeto de lei instituindo, em caráter definitivo, no município de São Paulo, a Campanha Educativa de Conscientização sobre a Síndrome Alcoólica Fetal, com objetivos fundamentais de informar e conscientizar o público, especialmente as mulheres em idade fértil, de que as bebidas alcoólicas ingeridas durante a gestação podem causar sérios prejuízos à saúde do feto.
“A doença é a causa primeira de deficiência mental e pode ser evitada com a simples abstinência de álcool durante a gestação”, informou Natalini, autor do PL salientando que a falta de prevenção sobre o consumo de álcool ocasiona o nascimento de bebês com SAF.
“A recomendação é simples: se quiser engravidar evite o álcool; as duas coisas não combinam”, alerta o médico e vereador Gilberto Natalini.