São Paulo passou por acelerado crescimento, com nefasta especulação imobiliária e intenso reordenamento urbano, que não poupou mesmo edificações de relevantes significados arquitetônico e histórico, desfigurando a fisionomia de diversos logradouros tradicionais.
O instrumento do tombamento é fundamental, mas moroso, torna caro qualquer reparo, até uma simples pintura e burocrático e lento um simples pedido de reparo, mesmo que emergencial. Além disso, muitos edifícios tem valor histórico relativo e o que importa é preservar a fachada para manter o visual local, permitindo modernização do interior, sem maiores entraves.
Pensando nisso protocolei o Projeto de Lei criando incentivos para o restauro de prédios tombados ou não. Aproveitando que a rede minhasampa criou o aplicativo Legislando para construção coletiva de leis, resolvi estreá-lo e o mesmo ficou disponível para acolher ajustes ao texto.
Muitas cidades europeias foram reconstruídas a partir dos escombros da 2ª Guerra Mundial com base até em registros fotográficos e desenhos e isso melhorou muito a auto-estima dos habitantes, tão traumatizados, como resgatou a memória da cultura local. Por outro lado, isso favorece até hoje o intenso movimento turístico. Um exemplo mais recente é o da cidade de Varsóvia, que por muitos anos ficou presa às amarras do realismo socialista e atualmente promove um vigoroso programa de revitalização e reconstrução de fachadas, mas dotando os prédios das comodidades das instalações modernas e divisão de ambientes de acordo com as necessidades previstas.
Gilberto Natalini
Vereador (PV/SP)
Presidente da Comissão de Meio Ambiente