Integrantes da Frente Democrática em Defesa do SUS se reuniram na sede da Associação Paulista de Medicina, em 26 de fevereiro, para definir um cronograma de mobilização por financiamento adequado e melhorias no Sistema Único de Saúde. Além de reuniões políticas em Brasília e audiências com as secretarias estadual e municipal de Saúde de São Paulo, ficou definido, para 5 de abril, ato público partindo da sede da APM até a Catedral da Sé. O vereador Gilberto Natalini (PV/SP), conhecido defensor do SUS, participou da reunião, incentivou a realização dos atos e colocou-se à disposição da organização.
O protesto foi propositalmente marcado às vésperas de 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, para chamar a atenção dos cidadãos, da mídia e para colocar a discussão em pauta em todos os setores da sociedade. É fundamental lembrar que praticamente 100% dos brasileiros dependem da rede pública, desde a atenção primária à terciária. São exemplos as vacinações em massa, os transplantes hepáticos e, agora mesmo, os mutirões de vacinação contra a febre amarela.
Ato público
O ato público de 5 abril terá como ponto de concentração a sede da Associação Paulista de Medicina que, nesta data, estará com toda a sua fachada de 14 andares coberta por uma bandeira de 25 metros, em defesa do SUS.
Da APM, manifestantes caminharão até a Praça da Sé onde, por volta de 12h, ao som dos sinos, abraçarão a Catedral da Sé, fazendo um minuto de silêncio em solidariedade aos pacientes que sofrem aguardando acesso e atendimento digno em todo o País, e ainda soltarão mil balões brancos.
Antes do abraço à Catedral da Sé, atores interpretarão pacientes em performance sobre as mazelas da rede pública de saúde. Em cadeiras de rodas, macas jogadas ao chão farão referência ao que, infelizmente, não é raro em hospitais do Brasil atualmente.
Encontros políticos
Sobre os encontros em Brasília, o diretor de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, afirmou que a APM tem forte atuação na Frente Parlamentar da Medicina: “Precisamos nos reunir com líderes partidários e expor nossas discussões. Inclusive, temos que pressionar o ministro da Saúde, Ricardo Barros, visto como um ‘gestor excelente’, mas que está estrangulando o SUS. Devemos ocupar todos os espaços para dar visibilidade ao nosso movimento”.
O médico e vereador Gilberto Natalini ressaltou a importância da união e do fortalecimento das entidades representativas em prol do sistema público. “Hoje, temos de deixar para trás o descrédito e voltar a confiar na mobilização e na luta. Juntos – profissionais de Saúde, pacientes, gestores e políticos -, podemos avançar e reverter o caos da rede pública”.
“Temos mais recursos destinados ao sistema privado, para 50 milhões de pessoas, do que para o sistema público de saúde, que atende o triplo dessa quantidade. Além disso, a PEC do Teto vai restringir ainda mais os gastos para as áreas primárias essenciais, como Saúde e Educação. É preciso união para transformar”, acrescentou João Sobreira de Moura Neto, diretor adjunto de Defesa Profissional da APM.
Participaram da mesa que conduziu os trabalhos o vereador Gilberto Natalini, José Luiz Gomes do Amaral (presidente da APM), João Inácio Mildner (Arquidiocese de São Paulo), Jonatas da S. Souza (Crefito-3), Neide Aparecida Sales Biscuola (APCD), Silvio Cecchetto (ABCD), Gabriela Cardoso Gazola (ComSaúde/Fiesp), Renata Andréa Pietro Pereira Viana e Fabíola Campos (Coren-SP) e Renato Azevedo Júnior (Cremesp).
Histórico e próximo encontro
A Frente Democrática em Defesa do SUS foi reativada em outubro do ano passado, tendo realizado um ato público em frente à Câmara Municipal de São Paulo no dia 16, com o objetivo de denunciar a desregulamentação do sistema público observada ao longo dos últimos anos. Médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais e autoridades públicas, integram o movimento.
O grupo voltou a se reunir em 27 de novembro e em 7 de dezembro, na APM. Depois, visitou o vice-governador de São Paulo, Márcio França, no dia 14 de dezembro, e o senador José Serra, em 16 de janeiro deste ano, para solicitar apoio à luta pelo Sistema Único de Saúde, que completa 30 anos em 2018.
O próximo encontro da Frente será no dia 12 de março, na sede da Associação Paulista de Medicina, para discutir a elaboração da carta aberta à população esclarecendo sobre o sucateamento do SUS. Também serão definidas as datas de encontros com os parlamentares em Brasília e das audiências com as secretarias estadual e municipal de São Paulo.
Fonte: Site Associação Paulista de Medicina- APM