Enzima revolucionária chega para resolver o problema do plástico na natureza

O plástico, comumente conhecido, oriundo de petróleo, surgiu em 1907, quando o químico belga, naturalizado americano, Leo Baekeland, criou o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, o ‘bakelite’. Décadas se passaram, seu sucesso se instaurou. Não para o meio ambiente, por motivos de poluição, mas há esperanças e, uma simples enzima, pode mudar este quadro.


Um tipo específico de plástico, o produtor das famosas garrafas PET (polietileno tereftalato) é um dos mais poluidores da Terra. Ele, descartado no ambiente, leva em torno de 300 anos para se decompor. Mas, numa usina de reciclagem de lixo, no Japão, foi encontrado um microrganismo, que oferece uma perspectiva mais viável para tratar o acúmulo desse material, batizada de Ideonella sakaiensis, prometendo um grande alívio para a mãe natureza, pois a pretensão é de que, o processo de decomposição, leve apenas 96 horas, de acordo com pesquisadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido.
O início dos testes para a constatação de seu êxito começou com o grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Kioto. O trabalho dos cientistas japoneses envolveu a análise de 250 amostras da bactéria, encontradas na usina. A descoberta é importante, mas é preciso descobrir ainda meios práticos de produzi-las e usá-las em larga escala, para tratar resíduos plásticos que poluem, em especial nos oceanos. Uma parte deste produto é considerada leve, incolor e resistente, porém, também bastante resistente à biodegradação.
De acordo com a empresa plástica brasileira Plastivida, o Brasil recicla mecanicamente 21% de materiais plásticos, mas ainda, esse número é bem pequeno, por isto, se a eficiência da Ideonella for significativa, facilitará bastante e o retorno será sucedido.
O efetivo de catadores de lixo no Brasil que ajudam para a reciclagem é bem considerável. Aproximadamente existem no Brasil, cerca de 400 mil catadores de resíduos de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2013, mas, menos de 15% do material encontrado é reciclado, especificamente do PET.
Toda ação civil e executiva para a reciclagem do mesmo, em prol do meio ambiente é muito importante. Esta enzima pode ser a salvação de um dos problemas do nosso ecossistema, já que a produção deste poluente se dá em torno de 50 milhões de toneladas, no planeta. O que não é contido em aterros sanitários nem incinerado acaba indo parar em rios e mares, fragmentado em pequenos pedaços, sendo extremamente nocivo para criaturas marinhas e consequentemente, para nos humanos.
Gilberto Natalini- Médico, Ambientalista e Vereador PV/SP

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