Sempre há aquele mito de que as doenças mais trágicas, corroboram para pessoas com idades mais avançadas, que na teoria, são mais frágeis porém, nem sempre é o que acontece. Uma dessas doenças, em especial, é a esclerose múltipla, doença neurológica sem cura.
A esclerose também é crônica e autoimune. As células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. A fase inicial da esclerose múltipla é bastante leve. Os sintomas são transitórios, podendo ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana. Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que é recorrente – os sintomas vão e voltam independente do tratamento ou de sua fase.
Ela é uma doença incurável, podendo se manifestar por diversos sintomas, como fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares, disfunção intestinal e da bexiga. Sem relação com doenças mentais, contágio e nem suscetível à prevenção.
De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), há em torno de 35 mil brasileiros com a doença– dados de 2016; e os casos mais comuns são de mulheres e indivíduos de pele branca. Seu tratamento apenas consiste em atenuar os afeitos e desacelerar a progressão da doença.
Sou autor do Projeto de Lei – 0197/2007, o qual institui no município de São Paulo, o programa de apoio às pessoas com esclerose múltipla na rede pública da cidade, contendo promoção de exames para o seu diagnóstico e tratamento; desenvolvimento de um sistema de informações e acompanhamento pelo Poder Público para controle; uma organização para a capacitação de profissionais na área da saúde de médicos clínicos gerais, neurologistas e de enfermeiros especializados, por meio de cursos, treinamentos, seminários e estágios para atendimento, o diagnóstico e o tratamento, entre outras atividades.
Essa doença é cruel, séria e por isso precisamos de políticas públicas voltadas a isso. Mesmo sem cura, o direito à vida é de todos e dever do Estado.
Gilberto Natalini- Médico e Vereador PV/SP