O patologista Paulo Saldiva, diretor do IEA e professor da Faculdade Medicina da USP (FMUSP), foi agraciado pela Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Gilberto Natalini (PV/SP), com a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. Ele recebeu as honrarias em Sessão Solene nesta 4ª feira (5). Além de Natalini e Saldiva, fizeram parte da mesa os Secretários de Estado Eduardo Trani (Meio Ambiente) e Linamara Rizzo Battistella (Direitos da Pessoa com Deficiência), Eduardo Jorge e o Prof. Dr. Akira Ishida (Associação Paulista de Medicina).
“Eu fico muito agradecido em poder receber esta homenagem de grandes pessoas da área ambiental e da saúde. Nada disso aconteceria sem a educação forte de estudo que realizamos nos laboratórios da USP para experimentação e, consequentemente, resolução de problemas. Muita coisa mudou, mas não foi 100%. Quando você vai saindo do centro expandido de São Paulo, a qualidade de vida piora. O bairro com mais farmácias populares é o Itaim Bibi, região nobre da zona sul e, o que há menos é Guaianazes, onde habitam mais pessoas e com maiores necessidades. A desigualdade social é gigantesca e precisa se trabalhar isso. Para mim, também foi necessário entender como se comporta esta São Paulo em que vivemos e isso foi de uma importância enorme nos meus estudos. São Paulo é tudo para mim, eu amo esta cidade”, disse emocionado Dr. Paulo Saldiva.
A medalha e o diploma são conferidos a personalidades nascidas em São Paulo por serviços significativos prestados à cidade.
Professor titular do Departamento de Patologia da FMUSP, Saldiva tem se dedicado desde os anos 80 ao estudo dos efeitos da poluição atmosférica de grandes cidades na saúde de seus habitantes. Suas pesquisas tratam de anatomia patológica, fisiopatologia pulmonar, doenças respiratórias e saúde ambiental, ecologia aplicada, cidades e saúde humana, humanidades e antropologia médica. Faz parte da Academia Nacional de Medicina e integrou o Comitê Científico da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, EUA, e o Comitê de Qualidade do Ar da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na justificativa para a homenagem, Natalini destaca a carreira de Saldiva como pesquisador, docente e gestor acadêmico, além de sua volumosa produção de artigos científicos. Afirma que o trabalho do patologista contribuiu significativamente para algumas áreas da saúde humana: “As atividades do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental (LPAE) da FMUSP auxiliaram a consolidar o conceito de que a poluição do ar é um fator significativo de agravo à saúde humana, contribuindo para colocar a USP entre as dez institucionais que mais publicam sobre o tema”.
Duas outras contribuições de Saldiva mencionadas pelo vereador são: o desenvolvimento (em parceria com o professor Walter Zin) de métodos para a avaliação da função pulmonar em pacientes críticos e a formação de “um sólido grupo de pesquisa em patologia pulmonar e em autópsia, que resultou no desenvolvimento de um sistema único no mundo, onde métodos avançados de imagem na sala de autópsia permitem a realização de estudos acerca de doenças complexas como demência, psicoses e obesidade”.
“O meio ambiente pode ser um bom motivo, se não for devidamente cuidado para haver Guerras Mundiais, como ocorreu no Iêmen e a situação econômica também entra nisso. Estão matando a nossa fonte mãe, que é a Terra. Saldiva é um importante ambientalista que trabalha de forma incansável para tornar São Paulo mais sustentável. Aqui na Câmara nós fazemos grandes homenagens, mas sempre a escolha é feita com muito critério. O Saldiva é um dos nossos escolhidos, merecidamente. Uma pessoa simples, mas com uma vontade de lutar imensa, por melhores condições de vida aos cidadãos. Hoje na plateia estão presentes pessoas do meio acadêmico e político, mas também populares que vieram de todos os cantos da cidade, para cumprimentar esse grande médico, cientista e ambientalista, que é o querido Paulo Saldiva”, disse Natalini.