Em depoimento nesta quarta-feira (23 de outubro) na Assembleia Legislativa de São Paulo, Gilberto Natalini (PV-SP) afirmou que sem a união de esforços entre o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo não será possível conter a sistemática destruição da cobertura vegetal na Cidade. O vereador fez um resumo do dossiê “A Devastação da Mata Atlântica no Município de São Paulo”, que tem 236 páginas e aponta 90 áreas de desmatamento, a maioria na Zona Sul, o que compromete o abastecimento de água para as Represas Billings e Guarapiranga.
Conforme Natalini, o dossiê mostra que em apenas 46 das 90 áreas levantadas os crimes ambientais já derrubaram ou estão levando ao chão neste momento cerca de 500 mil árvores. Ao todo, se forem vendidos todos os lotes irregulares em dezenas de loteamentos clandestinos espalhados pelas áreas periféricas da Cidade, os “empreendedores” vão embolsar cerca de R$ 1 bilhão. O vereador já solicitou a instalação de uma CPI para investigar os crimes ambientais na Câmara Municipal de São Paulo, mas os representantes da população aliados do governo municipal atuam para não permitir o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Se não tomarmos providências a curto prazo, vamos perder grande parte dos remanescentes de Mata Atlântica existentes em São Paulo”, afirmou o vereador. Natalini citou o exemplo da área conhecida como Sítio Irma, em Parelheiros, cujas obras clandestinas de um loteamento prosseguem apesar de decisão da Justiça que congelou o “empreendimento”. “O crime organizado age à luz do dia, na cara das autoridades, e nada acontece”, lamentou o representante do Partido Verde.
Participaram da reunião os deputados estaduais: Bruno Ganem (vice presidente da Comissão), Adalberto Freitas, Márcia Lia, Dirceu Dalben, Monica da Bancada Ativista e Reinaldo Alguz.