Termina 2019. Um ano difícil. Na política, uma situação de falsidade com uma polarização absolutamente ridícula entre uma “pseudo esquerda” e uma “pseudo direita”, entre a turma do Lula e a turma do Bolsonaro.
Uma polarização construída para exatamente sustentar os dois polos, que se retroalimentam com isso.
Ainda na política, prossegue a iniciativa de um “acordão” nacional para enfraquecer as investigações e processos de combate à corrupção, apoiado por pessoas da “esquerda”, da “direita” e do “centrão”. Todos com culpa no cartório e acusados de atos ilícitos.
O debate político se manteve quase que no campo dos costumes com uma imensa radicalização e os problemas de fundo, os verdadeiros e profundos problemas do Brasil passaram para plano secundário.
Na economia, o esforço ultra liberal do atual Governo, avança no Congresso e vai sendo implantado vagorosamente.
Um projeto que já foi implantado no Chile e levou o país ao que estamos presenciando.
Na verdade saímos da era estatista do PT para a atual era do “o mercado é tudo”.
O que precisamos mesmo, é o fino equilíbrio entre o mercado e o público, e isso passa bem longe.
A crise social se aprofundou com o imenso desemprego e a paralisia da economia. O preço dos alimentos, em particular da carne disparou. As pessoas estão passando mais necessidades.
O SUS, conforme já vínhamos falando há tempos, por desfinanciamento, má gestão e desvio de dinheiro, vai entrando em colapso em vários locais do Brasil.
A educação é uma calamidade pública e com esse Ministério atual, piorou muito.
Do ponto de vista da moralidade pública, ainda pipocam pelo país casos de corrupção nos 3 níveis de governo. Desde o Mensalão, Petrolão de Lula/ Dilma/ PT, e agora o último escândalo da “rachadinha” de Flávio Bolsonaro.
Governador e ex-governador da Paraíba acabam de ser envolvidos num grande esquema de corrupção naquele Estado.
Sendo assim, verificamos que a epidemia de corrupção que assolou o país, continua com fortes “focos de infecção” no corpo da Nação.
No quesito da sustentabilidade, meio ambiente, temos uma tragédia sobre o Brasil.
Começou no início do ano com o desmonte criminoso das políticas e dos órgãos ambientais.
Passou pelo descrédito da ciência e de nossos cientistas, pela tentativa de criminalização das ONGs ambientais, pelo ataque das nações indígenas, pelo incentivo da derrubada e das queimadas de nossas florestas, pela liberação de 360 agrotóxicos, muitos já banidos pelo mundo, pela demora e incompetência no combate ao derrame de óleo, entre outras coisas.
E fechou o ano com a participação vexatória e nociva do Brasil na COP 25. Nada a comemorar.
Assim termina 2019.
Um ano que será marcado no Brasil, pelo louvor à violência, à homofobia, ao preconceito.
Pelo ataque à liberdade de imprensa, à cultura, à ciência e ao desenvolvimento sustentável.
Um ano que o Brasil tentando combater o mar de corrupção que foi implantado por governos anteriores, escolheu trilhar, via eleições, o caminho do retrocesso.
Que venha 2020!
Gilberto Natalini
Médico, Ambientalista e Vereador (PV-SP)