Governo estuda contrato emergencial para salvar Cinemateca

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Daniel Nepomuceno, se comprometeu a apresentar uma solução para a Cinemateca Brasileira em até uma semana. Ele se reuniu na sexta-feira (12) com o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) e representantes da Acerp, a organização social que está mantendo a entidade cultural, mesmo sem receber repasses do governo.

O corte aconteceu depois que o Ministério da Educação rompeu o contrato que tinha com a empresa na gestão da TV Escola, em dezembro do ano passado. A falta de pagamento resultou, até agora, no atraso de salários e benefícios de funcionários por dois meses e na suspensão do serviço de climatização, o que coloca todo o acervo da Cinemateca em risco de deterioração.

O vereador paulistano Gilberto Natalini disse que o Ministério do Turismo vai estudar a proposta de firmar um contrato emergencial com a Acerp para poder repassar o dinheiro que já está disponível no caixa da Secretaria de Cultura.

“Essa foi a proposta posta na mesa: que haja um contrato emergencial com a Acerp que está lá hoje, sem receber nada do governo federal, tomando conta da Cinemateca por conta própria, num prazo de 6 meses, 9 meses, para acudir a emergência. E que nesse prazo se estude qual vai ser a forma de continuação da gestão da Cinemateca”, disse o parlamentar.

Natalini enviou ofícios aos governos federal, estadual e municipal para tentar solucionar a grave crise que se instalou na Cinemateca.

O vereador também solicitou à concessionária Enel que prorrogue mais uma vez o prazo para o pagamento e não realize o corte de energia, previsto para 26 de junho.

O parlamentar explicou que na lista de coisas a serem resolvidas para a Cinemateca Brasileira voltar a funcionar, pagar a conta de energia elétrica está bem no alto. A necessidade ganhou um alívio a curto prazo.

“Recomendo que a Cinemateca enquanto inadimplente não seja tratada como uma entidade ou empresa qualquer, as consequências culturais de um apagão energético seriam graves”, enfatizou Natalini. A dívida da conta de luz se aproxima dos R$ 500 mil.

O vereador além do ofício ao Presidente da Enel, fez contatos telefônicos com diretores da empresa de energia elétrica para esclarecer a situação e solicitar mais tempo para que os débitos sejam quitados. A Enel cancelou o corte e uma nova conversa será realizada em julho para redefinir os prazos.

Um eventual corte de luz no prédio da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, em São Paulo, poderia ter efeitos catastróficos na preservação de parte do acervo, colocando em risco de autocombustão milhares de rolos de filmes armanezados ali.

“Se cortar a luz, pára a refrigeração dos filmes e mata o acervo. A dívida não é pequena, chega agora no final do mês a R$ 500 mil. Eles entraram em um acordo e deram um prazo maior”, disse Natalini.

Por solicitação do vereador Gilberto Natalini, a Câmara Municipal de São Paulo realizou audiência pública nesta 5ª feira (18).

Fonte: Rádio CBN

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