O novo coronavírus chegou como uma onda, uma nuvem de contaminação, que em poucos meses se espalhou para todo o planeta, alcançando diversos países, de forma rápida, aguda, agressiva e mortal.
A cidade de São Paulo, a 5ª maior do mundo, foi atingida em cheio a partir de fevereiro de 2020, chegando hoje a aproximadamente 119.000 casos confirmados e quase 6500 óbitos, números certamente subnotificados.
Diante da Covid-19, a cidade buscou se organizar como pôde para enfrentar a doença.
Instalou-se o isolamento social, com o fechamento das atividades econômicas e sociais, mantendo-se somente as essenciais, tanto no serviço público, quanto no privado.
Na área de atenção à saúde, a cidade está tendo uma performance satisfatória, rápida e eficiente, no acolhimento, internação e tratamento dos pacientes. As falhas são conhecidas. A falta de testagem massiva, por exemplo, foi uma falha grave.
A pressão sobre os profissionais de saúde é imensa, e a deficiência de EPIs, no início da crise, também. Foi motivo de nossa insistente solicitação para prover EPIs e um bônus salarial para os profissionais de saúde, o que acabou saindo, mas só para os funcionários da administração direta, deixando de fora os das Organizações Sociais, que são metade da rede de saúde do município.
A cidade de São Paulo, a exemplo do Brasil, é socialmente muito desigual. O Governo Federal, por aprovação do Congresso, depois de muita demora e uma burocracia enorme, pagou o auxílio emergencial para uma parcela dos mais necessitados. Muita gente ainda não conseguiu receber.
Eu insisti muito para que a Prefeitura, em parceria com o Governo do Estado, pudesse fazer uma ampla distribuição de cestas básicas (alimentos e materiais de higiene), para os mais carentes. Foram distribuídas até hoje cerca de 600 mil cestas na cidade.
Insisti também para a reabertura de Frentes de Trabalho para a zeladoria urbana. Infelizmente não aconteceu.
Defendi a criação de um crédito municipal (a exemplo do Banco do Povo), com juros baixos, para micro, pequenos e médios empreendedores, com dinheiro público. Também não aconteceu.
A Prefeitura e o Estado alegaram grande perda de arrecadação e não tomaram essas medidas.
O crédito dos bancos privados, a partir de R$ 1,3 trilhão, que o Governo Federal passou para eles, está tendo imensa dificuldade para chegar em quem realmente precisa.
Dessa forma, o Brasil terá muito mais dificuldade do que outros países, na recuperação econômica.
O Governo Federal até hoje não liberou os R$ 8,1 bilhões que o Congresso aprovou para socorrer os Estados e Municípios. Assim fica muito difícil.
Voltando ao nosso mandato, temos tido uma atividade intensa durante a pandemia.
Adaptamos nossas ações para o virtual, mas participamos de todas as atividades parlamentares, no Plenário, nas Comissões, no gabinete e nas ruas da cidade.
Nossa produção parlamentar é grande nesses 100 dias da pandemia, e pode ser acompanhado no site www.natalini.com.br ou através das redes sociais. Apresentamos por exemplo, 530 indicações, cobrando soluções em problemas de zeladoria da cidade. Nosso whats app (11) 95814-0140, está à disposição, para receber demandas da população.
Nosso gabinete manteve-se aberto das 7h30 às 18h, diariamente, em regime de plantão, e toda nossa equipe e eu, estamos trabalhando plenamente, de forma virtual e quando necessário presencial.
Agora, diante da diminuição de número de casos e de mortes, e o alívio dos leitos hospitalares, São Paulo começa seu plano de reabertura.
Acompanho isso muito de perto, fiscalizando não só cada centavo gasto pelo poder público nesse período, mas também cada passo dado, seja no atendimento à saúde, como também nas medidas da reabertura econômica. Aponto os erros e sugiro correções de rumo.
Por nossa iniciativa, foi criado o Comitê Civil contra o Coronavírus da Câmara Municipal de São Paulo, que tem sido atuante, com seus 210 parceiros, tanto no esclarecimento da população, como na solidariedade humana tão necessária.
Não se sabe com certeza como esse vírus vai se comportar, mas é possível que tenhamos um novo aumento de casos.
Devemos estar preparados para todos os cenários. Trabalhar muito e jamais perder a esperança.
Gilberto Natalini
Médico, Ambientalista e Vereador – PV/SP