O Brasil vive momentos difíceis, talvez os mais difíceis de sua história. Acumularam-se imensos problemas políticos, econômicos, sociais, ambientais e morais.
A pandemia nos pegou em cheio, colocando o país no pior ranking mundial da doença. Sem exagero.
A fome e o desemprego atingem cruelmente a vida dos mais pobres e empurra milhões de brasileiros para o espectro tenebroso da miséria.
A escalada de depredação ambiental, que a duríssimas penas vinham sendo controladas, voltou com força, na derrubada das florestas, na liberação de centenas de venenos agrícolas, no negacionismo climático, entre outros.
A moralidade pública que foi mortalmente golpeada com o Mensalão e o Petrolão, como um dos maiores escândalos de corrupção do mundo, torna a ser gravemente ferida por um grande acordão nacional de impunidade que une inúmeros corruptos da “direita”, da “esquerda”, do “centrão” e os avulsos pelo Brasil afora.
É preciso citar o adoecimento social com a imensa violência coletiva e familiar, impulsionada pelo tráfico de drogas e pelas milícias.
No campo político, a confusão e a desesperança não é menor.
Após a imensa onda de corrupção organizada de dentro do Governo, pelo PT, parte do povo reagiu e elegeu Bolsonaro, representante de uma direita ogra e fascistoide que defende abertamente a tortura e os torturadores, a violência e a morte como forma de combate a iniquidade social.
E o Brasil caminha com sua dualidade burra e nefasta entre o petismo, com Lula, e o Bolsonarismo.
Essa dualidade se consolida, incentivada por esses mesmos protagonistas, retroalimentando os interesses dos mesmos. Um precisa do outro para sobreviver.
E parte significante do país cai nessa balela ideológica, nesse barco furado, nesse pseudo antagonismo entre uma pseudo “esquerda” inepta, fisiológica e corrupta e uma pseudo “direita” também inepta, fisiológica e corrupta.
E o Brasil segue enfrentando quase 400 mil mortos pela Covid-19. Vendo sua economia desmanchar, parte de seu povo passar fome, seu meio ambiente se degradar e seu respeito internacional aviltar-se.
Não podemos aceitar isso!
O Brasil é um país grande, diverso, rico, que tem seu lado sensível e criativo, e uma infindável capacidade de produzir e resistir.
Buscar as forças e as lideranças que não se colocam dentro dessa “dualidade nefasta” e construir uma frente política e social que se apresente como alternativa, é tarefa crucial de todos os verdadeiros democratas e patriotas brasileiros.
Em minha opinião 4 bandeiras unem esse “Frente”:
1) Democracia
2) Desenvolvimento Econômico com Sustentabilidade
3) Maior equidade social com qualidade de vida
4) MORALIDADE PÚBLICA
Costurar essas bandeiras em torno de um nome que transite na centro esquerda e centro direita é urgente e fundamental.
Se isso não for alcançado, corremos o risco de ver a continuidade desse pêndulo, que já mostrou ao Brasil, que não é o caminho, nem o futuro.
Gilberto Natalini
Médico e Ambientalista