O mais famoso parque de São Paulo, o Ibirapuera, um dos símbolos da cidade, foi entregue em 1954, no seu 4º centenário.
De lá pra cá a cidade cresceu, e cresceu muito, mas o número de áreas verdes urbanas em geral só diminuíram, sofreram uma verdadeira devastação e o número de parques públicos não acompanham a expansão da metrópole.
Não preciso detalhar aqui a importância das áreas verdes para a qualidade de vida e a saúde da população urbana.
Parque significa vida mais saudável, ar mais puro, preservação de nascentes de água, de flora, de fauna silvestre, atividade física e equilíbrio psíquico, além da beleza visual da natureza. Parque é tudo de bom!
Em 2004, no fim do meu 1º mandato na Câmara Municipal, São Paulo tinha 36 parques públicos.
Em 2005, com a posse da nova gestão iniciou-se um processo de implantação e recuperação dos parques, e no final de 2012 a cidade estava com 100 parques. Hoje, passados 9 anos, temos 107 parques.
E como estão nossos parques??? Muito mal !!!
Vários deles, os mais periféricos, estão abandonados, sem manutenção, sem investimentos, sem cuidados.
Posso aqui citar o semi implantado Parque dos Búfalos e o Sete Campos na região da Pedreira. E ainda o Parque do Castelo, na beira da Represa Guarapiranga. Posso falar do Parque Linear do Córrego da Invernada, abandonado e maltratado.
E assim, com exceção de alguns parques mais centrais, nossas áreas verdes públicas padecem com o descaso. Uma lástima!
Isto demonstra um desapreço que as gestões da Prefeitura têm pelo verde, pelos parques e pelo meio ambiente.
Termino com um exemplo. Nos últimos dois anos do meu 5º mandato de vereador, votei contra o Orçamento da Prefeitura. Por um motivo sério.
O orçamento da Secretaria do Verde que em 2004 era 0,4% do orçamento total, e que em 2012 chegou em 1%, em 2019 e 2020 foram aprovados com 0,33% do orçamento da cidade.
Não há parque que resista, não há meio ambiente que resista a tamanho descaso.
Para tamanho descalabro, a Prefeitura inventou uma tal de concessão dos parques, que não vai caminhar porque não é lucrativa.
A pauta ambiental vai se tornando a principal em muitas partes do mundo. Por necessidade da sobrevivência humana.
E em São Paulo, a 5ª cidade global, a pasta do meio ambiente amarga um orçamento que vai diminuindo e se aproximando de zero.
Realmente não dá para ficar quieto!!! “Não dá pra ser feliz”!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista