A Organização Mundial da Saúde (OMS) pretendia incluir Velhice como Doença na CID-11 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, que é utilizada como referência por todos os países e que entra em vigor a partir de janeiro de 2022. A inclusão causaria um impacto negativo de proporções incalculáveis em vários segmentos, da saúde à economia, e reforçaria o idadismo (preconceito contra os mais velhos). Além de condenar todas as pessoas a partir dos 60 anos à categoria de ‘doentes’.
Indignados com esse retrocesso, profissionais ligados à geriatria, gerontologia, à saúde geral, a comunicação, a política e a outros setores sociais, sob a liderança do gerontólogo Dr Alexandre Kalache (reconhecido internacionalmente por conquistas em prol do Envelhecimento Ativo e Saudável) iniciaram o movimento ‘Velhice Não É Doença’. O propósito de valorização do envelhecer com dignidade ganhou rapidamente a adesão de milhares de pessoas e de instituições importantes como: SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), Pastoral da Pessoa Idosa, SESC e de ativistas políticos como o ex-vereador Gilberto Natalini. Inúmeras entidades que atuam em prol da longevidade, como o grupo ‘O Que Rola na Geronto’, o Movimento Atualiza, entre outras, se uniram à causa, que repercutiu junto à sociedade civil, à imprensa e as mídias em geral.
O Movimento #velhicenãoédoença extrapolou fronteiras e ganhou a adesão de profissionais e instituições de diversos países da América Latina e da Europa, entre eles a Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (IAGG) e o Ministério da Saúde da Costa Rica.
Finalmente, após meses de ampla articulação e forte presença nas redes sociais, a OMS decide que Velhice não figurará como doença na CID-11. O anúncio foi feito pela direção da divisão que coordena a iniciativa ‘Década do Envelhecimento Saudável’ ao Dr. Kalache. ‘Um dia histórico de conquista da sociedade civil brasileira que beneficiará as pessoas idosas de todo o mundo’, comemora.
Movimento #velhicenãoédoença
