No Brasil vivemos de susto em susto. Entre tantos, o mais recente é o Projeto de Lei, aprovado na Câmara, que está tramitando no Senado, que propõe privatizar as praias do país.
O Projeto, relatado por Flávio Bolsonaro, permitirá passar a posse das áreas marítimas, praias, mangues, margens de rios, que hoje pertencem à União, para agentes privados. Isso seria um golpe fatal nos brasileiros, por vários motivos.
O primeiro deles é o econômico. É claro que os pretensos compradores de nossas praias seriam os grupos de turismo, redes de hotéis e especuladores imobiliários de todos os tipos, que hoje já ameaçam essas áreas. Teríamos um efeito de privatização de nossas praias, manguezais e margens de rios e lagos, impedindo a população em geral de frequentar esses locais, como acontece hoje.
A segunda consequência seria a ambiental. Muitas dessas imensas áreas hoje, são áreas de proteção ambiental, como praias, ilhas, restingas, mangues, lagoas e rios, servindo como uma malha de preservação de espécies animais e vegetais, e regulando o equilíbrio ambiental do ecossistema. Imagine o tamanho do estrago ver esses paraísos da natureza serem ocupados por cimento e asfalto, com finalidade unicamente lucrativa. Imagine o tamanho do desastre.
O terceiro estrago é social. Muitos desses locais são ocupados por populações ribeirinhas, caiçaras, pescadores artesanais, que ali estão há séculos, e que mais preservam o meio ambiente do que os destroem, pois precisam dele para sua subsistência. Essa Lei estapafúrdia expulsaria essas pessoas de seus locais, com uma ocupação predatória que só visa lucro de poucos “empresários” imobiliários.
O Brasil vem se manifestando contra isso. Temos visto, sim, um debate na sociedade, com uma imensa maioria de pessoas se manifestando contra o Projeto, com toda razão. Só uns poucos defenderam, como Neymar, que tem interesses financeiros pessoais no assunto. Uma lástima !!!
Assim, espero que a pressão contraria a essa sandice de privatizar as áreas marítimas brasileiras seja cada vez maior, enterrando para sempre essa ideia pernóstica, defendida pelo relator, Senador Flávio Bolsonaro, e grupos econômicos afins, que só querem ganhar dinheiro destruindo o que é de todos.
Desenvolvimento sim, turismo sim, negócios sim, mas respeitando a Natureza, lê os direitos da Nação.
Cabe aqui nosso mantra: desenvolvimento com sustentabilidade !!!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista