Quando eu era criança, e até a adolescência, eu tinha um laboratório de ciências em casa. Ali eu fazia todo tipo de experiências, físicas, químicas e biológicas. Eu o chamava de B.F.Q. – Biologia, Física e Química. Era minha diversão e meu aprendizado. Por isso eu era chamado no lugar de “cientista louco”. Não me incomodava. No fundo, todos me respeitavam.
A ciência nos acompanha desde que os humanos desceram das árvores e viraram humanos. Ela nunca nos abandonou, porque é filha da curiosidade e da busca de novos conhecimentos, uma característica primeira da raça humana.
Nós evoluímos nos tempos por causa dessa curiosidade, que se transforma em experimentos e descobertas. Essa é a Ciência.
Às vezes erra, mas acerta muito, e vai “empurrando” a humanidade para o ilimitado mundo do saber.
Devemos à ciência e suas descobertas ou invenções, como queiram, a transformação fabulosa da vida da comunidade humana.
A roda, o manejo do fogo, a astronomia, a matemática, a linguagem, a medicina e seus medicamentos, as vacinas, as energias do vapor, a elétrica, a nuclear, a solar e outras, os motores, a robótica, a biologia, a informática e tantos e tantos que nos acompanham, transformando nossa vida a cada minuto.
As descobertas da ciência independem das crenças religiosas, dos regimes políticos, das diferenças de gênero e etnias.
Elas brotam do cérebro humano, de sua mente, com maior ou menor facilidade, em qualquer parte do planeta.
A ciência é filha e mãe da humanidade.
Pelo poder do conhecimento, as descobertas cientificas podem ser benéficas ou maléficas para nós. Depende da maneira como for usada. Em si ela é neutra, nós é que damos o destino do uso.
Foi assim com o aço das espadas, a pólvora, o motor a explosão, a energia atômica e agora com as redes sociais e a inteligência artificial.
Existem, para o bem ou para o mal. Só depende de nós.
Temos agora um imenso problema que nos ameaça, como nenhum outro ameaçou.
As mudanças climáticas e a depredação do Planeta, promovidos exclusivamente pela ação humana, colocam em risco a qualidade de vida e a própria existência da vida na Terra.
Temos certeza absoluta, que somente a ciência, ajudada pela sua filha dileta, a tecnologia, poderá tirar os humanos, e os demais seres vivos, dessa enrascada terrível que nos metemos.
Mas claro, é preciso que queiramos usar o conhecimento científico e as ferramentas tecnológicas para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa, e retirá-lo da atmosfera, além de racionalizar o uso dos recursos naturais do Planeta, e restaurar as áreas degradadas.
Mas, como já falamos acima, a ciência nos oferece o conhecimento, mas é preciso a nossa vontade de usá-lo para fins construtivos.
Negar a ciência é negar a própria vida, e toda a evolução humana.
Isso é muita ignorância ou muita má fé.
Jamais será o nosso caso!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista