O Brasil de um tempo para cá está passando por uma péssima fase na política.
As forças democráticas que se uniram para derrotar o regime militar pulverizaram-se, perderam o foco e o compromisso republicano. A atividade política se vulgarizou e o poder do dinheiro infiltrou as instituições de forma a transformar os interesses públicos em ações lucrativas.
Os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, assim como os partidos políticos e muitas instituições da sociedade civil transformaram-se em balcões de negócios, produzindo verdadeiras máquinas de corrupção, cada vez mais institucionalizadas.
As ideologias deram lugar às negociatas, e a atividade pública e privada tornaram-se um toma lá dá cá onde o que menos importa é o interesse coletivo do país.
Direita e esquerda ficaram no passado. As atividades políticas hoje se dão em torno de tratativas pecuniárias.
Surge então, como cortina de fumaça diante da roubalheira a chamada polarização, que dividiu o Brasil em dois.
Essa polarização é um fenômeno global, existente em vários países, mas no Brasil tomou rumos inusitados, formando dois blocos em torno de duas figuras caricatas.
De um lado, na chamada “esquerda”, está o Lula e o PT, de longa trajetória na política brasileira, com passagem por vários episódios de atentado à ética e a moralidade pública, como o Mensalão e o Petrolão, e outros de menor monta, mas não menos importantes.
O PT e seu líder, que surgiram e cresceram como guardiões da ética e da justiça social, atolaram-se em escândalos grotescos de corrupção e desmandos.
Do outro lado, na chamada “direita”, surge e cresce a figura de Bolsonaro, um capitão que foi excluído do exército por insubordinação e planos terroristas, que avançou na política com apoio de figuras duvidosas nas comunidades do Rio de Janeiro, que defende a Ditadura Militar, e tem como ídolo o Coronel Ustra, um torturador e assassino cruel. Seu governo tangeu a mediocridade, consolidou o escândalo do Emendão, conduziu de forma criminosa o evento da pandemia, “passou a boiada” na área ambiental, entre outros desmandos.
Hoje, esses dois ídolos brasileiros, para se manterem de pé precisam um do outro, e alimentam essa polarização tóxica e nefasta que infecta a nossa política.
Mas, podemos dizer que a maioria do povo já se enojou dessa situação, e defende a democracia que possa caminhar para um Centro Democrático e Ético, que tire o país dessa situação e o conduza para um cenário mais promissor.
O grande desafio é unir as forças, as instituições e as pessoas que buscam esse caminho.
Isto não tem sido fácil, mas é extremamente necessário!
Esse é o nosso desafio!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista