Que seria de nós, humanos, se não fosse a ciência?? A investigação científica nasceu da curiosidade humana diante dos fenômenos naturais. Em verdade, a ciência acompanha a vida da humanidade desde a remota antiguidade.
A descoberta do fogo, da roda, das ferramentas, das técnicas agrícolas, das observações astronômicas, da física, da matemática, da medicina e tantos outros conhecimentos nasceu junto com o homo sapiens, e caminha ao lado da trajetória da espécie sobre o planeta.
A escola médica de Avicena na Pérsia antiga, Hipócrates na Grécia, são exemplos da saga científica na história.
Mais para cá no tempo, o conhecimento científico ampliou-se, na Renascença, no Iluminismo, e do século 19 até hoje, explodiram as pesquisas, as descobertas, a epidemia de saberes que tomou conta do mundo.
Vieram as máquinas movidas a vapor, a combustão de petróleo, a energia atômica, a hidrogênio, a fotovoltaica, entre outras.
A biologia e a genética trouxeram conhecimentos e tecnologias que assustam os céticos e religiosos, chegando à ousadia de produzir e clonar vida nos laboratórios. Chegamos aos antibióticos, às vacinas e à telemedicina.
A saga do homem no espaço sideral avança, e a busca humana por outros mundos deslancha junto com o desvendar dos segredos do Universo.
Corremos para dominar o átomo, os micro organismos, a engenharia genética, os segredos do tempo/espaço, as profundezas do cérebro e da mente humana, a produção de alimentos.
A ciência e a cultura dançam diante de nossas vidas, uma dança que nos assusta e nos encanta.
O advento da internet, das comunicações instantâneas, das redes sociais, são o pico febril da aventura dos humanos mais recente e importante.
Porém, todo esse artesanal de saber, essa biblioteca milenar, que tanto tem servido à nossa espécie, se acompanha do extremo sofrimento da exclusão, da desigualdade social, da fome, da criminalidade, das guerras imbecilizadas, do preconceito e intolerância, da violência nossa de cada dia.
Como compatibilizar tanto conhecimento com um estado de bem-estar e justiça social.
Essa é a profunda contradição que vivemos.
Esse é o desafio do milênio!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista