Natalini entra em defesa da Cinemateca Brasileira: risco de fechar

A Cinemateca Brasileira corre sérios riscos de encerrar seus trabalhos, decisão, esta, que interrompe décadas de atividades que contribuíram para o enriquecimento da cultura do país. A entidade, cuja trajetória é reconhecida internacionalmente, faz-se fundamental para a manutenção da memória do cinema e da produção audiovisual nacional. A entidade é um órgão federal ligado à Secretaria Especial da Cultura, hoje no Ministério do Turismo.

O terreno da Cinemateca, no Largo Senador Raul Cardoso, na Vila Clementino,  é de propriedade da Prefeitura, ocupando os locais do antigo matadouro municipal de São Paulo. Os edifícios que a compõem, tombados pelo Condephaat e pelo Conpresp, abrigam além do acervo, salas de cinema, uma biblioteca e um amplo jardim aberto à visitação pública.

A instituição tem um acervo de cerca de 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de documentos relacionados ao cinema, como fotos, roteiros, cartazes e livros, entre outros, sendo a 5ª maior cinemateca do mundo e 1ª em acervo de imagens da América Latina. Esse acervo é a
memória do cinema e da produção audiovisual nacional. Um espaço muito importante para a Cultura e o Cinema Brasileiro.

A instituição vem sofrendo um processo de enfraquecimento, sem um adequado repasse orçamentário, o que vem prejudicando seu funcionamento e causando danos irreversíveis ao maior acervo audiovisual da América do Sul.

A entidade sempre teve compromisso com a cultura e a educação; sua perda traria graves consequências, prejudicando importantes trabalhos e projetos alinhados com as necessidades e os desejos da população paulistana.

Este patrimônio é gerido pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP). Já há algum tempo que o Governo Federal vem falhando no repasse de verbas para as despesas da Cinemateca, e agora a situação ficou muito crítica, com salários de funcionários e contas de energia atrasados. Os parâmetros de conservação do acervo dependem de refrigeração. Sem luz, os equipamentos ficam desligados e o risco de autocombustão do acervo é enorme.

O vereador Gilberto Natalini (PV-SP), acionou a Prefeitura de São Paulo e a presidência da Câmara Municipal de São Paulo, solicitando apoio para que não permitam a destruição da Cinemateca. Se faz necessária uma articulação entre a Prefeitura, o Legislativo Paulistano, o Governo Federal e a Organização Social que administra a instituição, com o intuito de viabilizar a manutenção deste patrimônio nacional. Além disso o parlamentar acionou a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica, solicitando um prazo maior para o pagamentos de todos os débitos de energia da entidade.

Natalini também solicitou apoio ao Presidente da República, Ministro do Turismo, Governador do Estado de São Paulo e as Secretarias de Estado e do Município da Cultura.

“Não é possível fechar a Cinemateca, seria um crime contra a memória nacional”, disse Natalini.

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