As vacinas são uma das principais conquistas da humanidade. O SUS sempre foi um case de sucesso da vacinação no Brasil! Há décadas que o Brasil alcança o pódio no ranking mundial da imunização.
Nosso sistema capilar de saúde, alcançado graças à descentralização do atendimento pela municipalização ocorrida no final dos anos 90, quando fui presidente do CONASEMS (Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde), potencializou as ações de saúde, entre elas a vacinação.
O SUS disponibiliza, de graça, em sua imensa rede de quase 50 mil unidades, cerca de 20 tipos de vacinas para diferentes doenças.
Assim, tivemos praticamente o banimento de doenças como sarampo, varíola, raiva, pólio e tantas outras infecções virais e bacterianas.
Há algum tempo, surgiu no mundo e também no Brasil, um nefasto movimento contra as vacinas, que vem prejudicando em parte o avanço das imunizações. Algumas doenças ressurgiram após décadas, como o sarampo. Isso precisa ser combatido com toda força para proteger vidas humanas.
Agora, na vigência da pandemia do coronavírus, a ciência, em tempo recorde disponibilizou vários tipos de imunizantes contra o vírus.
Novamente, os negacionistas das vacinas pelo mundo, vieram atacar a necessidade e a eficácia da imunização da COVID-19, que já se mostrou efetiva na prevenção da doença, na diminuição da morbidade e da mortalidade.
No Brasil essa corrente de negacionistas é liderada nada menos que pelo Presidente da República. Em sua postura de aloprado, Bolsonaro fez tudo o que pôde para desmoralizar a vacina, com negação, desleixo, sabotagem e politização descabida, postergando a compra do imunizante.
Bem atrasado no tempo, e após uma enorme pressão social, Bolsonaro, desmoralizado em seus atos negacionistas, assentiu que o Ministério da Saúde tratasse da aquisição das vacinas.
Mesmo assim, muitos indícios de corrupção surgiram nesse processo. Um descalabro!
É preciso dizer que o Brasil tem o Instituto Butantan, de 120 anos, em São Paulo e a Fiocruz no Rio de Janeiro, que têm longa tradição em pesquisar e produzir medicamentos.
A epopeia das vacinas no Brasil é reversa. Tem triste história pela conduta do Presidente e sua equipe de aloprados. O resultado disso é que o país só vacinou até essa data 22% dos brasileiros com a 2ª dose. E temos até o momento, 564 mil mortos pelo COVID-19, um triste recorde mundial.
O SUS teve e tem um papel de herói nessa pandemia. O SUS vai sobreviver a essa onda bolsonarista porque ele é um patrimônio do povo brasileiro.
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista