A ELEIÇÃO ESTÁ CHEGANDO

A redemocratização no Brasil chegou em 1985, com a eleição de Tancredo no Colégio Eleitoral. Chegou na forma de democracia política, mas a democracia social, em que pese os avanços do acesso à saúde com o SUS, à educação e aos serviços sociais, não chegou ainda para o povo brasileiro. Pelo contrário!

Apesar do plano real que distribuiu riqueza no país, a concentração de renda aumentou, a ponto de hoje, 8 pessoas (famílias ou grupos) deter a riqueza de 100 milhões de brasileiros. Somos um dos países mais desiguais do mundo.

Nos governos Lula/Dilma foram distribuídos 300 bilhões de reais, com as políticas compensatórias, e o lucro do sistema financeiro foi de 3 trilhões de reais. Vejam o tamanho do estrago!

Nos últimos 5 anos a situação só piorou, a ponto de, na pandemia, certos grupos econômicos duplicarem suas riquezas no Brasil.

Hoje, 35 milhões de pessoas passam fome no Brasil e 60 milhões estão em insegurança alimentar. A pandemia matou cerca de 700 mil pacientes, por negacionismo, omissão e incompetência do Governo Bolsonaro.

A economia patina com um crescimento pífio, e ainda esse mínimo crescimento é ambientalmente devastador.

Para piorar, criou-se uma polarização política, falsa e artificial entre uma “direita” e uma “esquerda” (as aspas são propositais) que jogou o Brasil num radicalismo político e social nocivo, com enorme intolerância, preconceito, violência e criminalidade. E por fim, a corrupção que já era endêmica no Brasil, tornou-se pandêmica.

É nesse cenário que começa oficialmente a eleição no Brasil. Uma polarização nefasta entre dois candidatos emblemáticos, um identificado no país pela roubalheira e a corrupção e outro pela corrupção, pelo fascismo e pela barbárie.

As candidaturas não têm propostas para tirar o país do buraco que se encontra, com exceção de Ciro Gomes com seu Plano Nacional de Desenvolvimento.

A situação é tão feia, que os candidatos preferenciais não discutem propostas, se negam a participar de debates, praticam o xingamento mútuo e estimulam o ódio entre os eleitores. E o pior: são apoiados nessas loucuras por seus rebanhos de seguidores.

É primordial hoje, derrotar a barbárie reinante, preservar e avançar na democracia, praticar uma política econômica que limite a farra do sistema financeiro, distribua renda e emprego para os brasileiros, com recuperação e respeito ao meio ambiente.

E, aplicar um choque de moralidade pública no Brasil. É para isso que trabalhamos. Se não houver uma mudança de rumo, essas eleições não cumprirão essa missão.

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

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