O envelhecimento da população brasileira é uma tendência que acompanha o desenvolvimento de uma sociedade. É sabido que a idade cronológica de uma pessoa é dada pelo tempo transcorrido entre a data de seu nascimento e a data atual, razão pela qual, entre duas pessoas, a mais velha é aquela que tem idade mais elevada e o envelhecimento de uma pessoa é medido pelo aumento da sua idade. A idade é um dos mais importantes fatores de diferenciação social, ao lado do sexo, da cor e da classe social, constituindo um elemento fundamental da vida sociocultural de qualquer sociedade. O envelhecimento está associado ao processo biológico de declínio e deterioração que ocorre com a passagem do tempo e é próprio daquelas pessoas que atingiram o estágio final do ciclo vital.
Nos últimos anos, importantes transformações têm ocorrido no sistema de saúde brasileiro, consequência das mudanças demográficas e epidemiológicas da população. Uma das mais significativas mudanças demográficas verificadas no Brasil nas últimas décadas é a redução dos níveis de fecundidade nacional, que se dá em todas as classes sociais e regiões do país, com uma velocidade sem correspondência na experiência histórica dos países desenvolvidos. Aqui a chamada transição demográfica se dará em tempo muito mais curto do que aconteceu na Europa.
O aumento do número de idosos exige desafios e soluções para os governos e sociedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a expectativa de vida hoje é de 74 anos, e será de 81 em 2050. No Brasil, a expectativa de vida aumentou de 43 para 75 anos de 1945 a 2013. Em trinta anos, o número de idosos quintuplicou e até 2050 será sete vezes maior. Estudos mostram que os idosos representarão cerca de 30% da população brasileira em 2050.
Entre os vários desafios a serem enfrentados, deve-se ressaltar que o processo de envelhecimento da população brasileira é mais amplo entre as mulheres que sobrevivem em maiores proporções e por um longo tempo aos seus parceiros masculinos. Isso configura uma problemática social a ser considerada, principalmente quando se tem em conta que, para garantirem uma sobrevivência digna, elas poderão vir a depender, por um expressivo período de tempo, de arranjos institucionais ainda não adequadamente existentes no país ou de outros membros da família, o que ampliaria as dificuldades das famílias situadas nos extratos mais vulneráveis, sob o ponto de vista econômico e social. O aumento nos diferenciais de sobrevivência entre os sexos ao longo do tempo torna mais grave a questão da feminização do processo de envelhecimento nacional.