A minha Medicina

A Medicina é uma ciência dinâmica. Todos os dias milhares de pesquisas são publicadas e termologias novas são postas em ação pelo mundo afora.

As mudanças são tão dinâmicas, as descobertas tão numerosas, o conhecimento é tão vasto que ninguém consegue acompanhar sozinho o saber médico produzido.

Quando me formei, há 48 anos, na Escola Paulista de Medicina ainda não havia o ultrassom, que depois surgiu com equipamentos enormes, e hoje é um recurso amplamente usado, cujo equipamento quase cabe no bolso do médico. Isso é só um exemplo.

A medicina, tendo em vista o tamanho do conhecimento técnico científico se fragmentou em especialidades e subespecialidades, e o arsenal de exames se ampliou de tal forma que a prática médica se transformou quase em um vídeo game. Isso mudou e muito a relação médico paciente.

Tudo isso impulsionado por uma prática médica mais mercantilizada e pouco personalizada. Há grandes avanços e conquistas no exercício da medicina, na maior precisão dos diagnósticos, em terapêuticos que operam milagres. Hoje há cura de moléstias antes fatais, e que já podem ser tratadas com sucesso, como tumores, doenças cardiovasculares e infecções.  Mas para mim, que tive aulas com Jairo Ramos, com Domingos Delascio, com José Carlos Prates, com Osvaldo Ramos, e aprendi a examinar o paciente, ouvi-lo, compartilhar com ele o dia a dia de um diagnóstico e de um tratamento, fica uma sensação de vazio nessa nova Medicina, mecanizada e mercantilizada.

Procuro me atualizar como posso, tenho sido dedicado a isso. Mas jamais deixei de abordar meus pacientes de forma integral, seguindo os princípios hipocráticos e a ética médica, usando a ciência médica e a tecnologia como auxílios da relação médico paciente, baseado no respeito e no humanismo.

Sou assim e assim serei. Até o ultimo paciente.

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista

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