Vivemos tempos difíceis no mundo! Mas, no Brasil as coisas estão muito mais difíceis.
Sempre tivemos dificuldades políticas, econômicas e sociais em nosso país. Mas, de alguns anos para cá, a situação está ficando assustadora.
O que nos parece é que o Brasil perdeu o rumo e as agendas negativas ganharam uma enorme força.
Aqui, quero me ater ao tema da corrupção.
A corrupção, um assalto ao dinheiro público, um atentado à moralidade pública e aos princípios republicanos, sempre aconteceu no Brasil.
Nas últimas décadas, porém, a prática da roubalheira tomou uma proporção enorme, se organizou de cima para baixo, se espraiou e enraizou no Brasil de ponta a ponta.
Todos os dias sabemos de um novo escândalo de corrupção, seja num pequeno município do interior, seja num Ministério do Governo Federal, seja em outros órgãos do Legislativo ou do Judiciário.
Esses esquemas de roubalheira são desde pequenos desvios de dinheiro público, até os enormes atos de corrupção que envolvem bilhões de reais.
Essa prática se revelou no “Mensalão”, no “Petrolão”, no “Bolsolão”, que são os mais falados, mas essas páginas são insuficientes para elencarmos todas as práticas de corrupção ocorridas e denunciadas no Brasil.
Os atos criminosos são suprapartidários, são interinstitucionais e feitos à luz do dia, diante da Nação inteira, e estão presentes no três poderes da República e nos três entes federativos. Ou seja, é generalizado.
Podemos dizer que a corrupção virou uma “mania nacional”. É uma avalanche de roubo de dinheiro do povo. Mas, pior do que o sofrimento de ver essas práticas criminosas no dia a dia do país, é sabermos que as investigações e as punições dos responsáveis pelos crimes terminam quase sempre com impunidade.
Os grandes corruptos brasileiros, que roubaram muitos bilhões do dinheiro do povo, estão quase todos libertados. Isso é mortal para uma Nação.
Parece que há um grande “acordo” nacional, entre os corruptos “do andar de cima” nas instituições da República, de autoajuda e proteção.
Sabemos que há muitas pessoas dignas na política. Mas, elas não estão no comando das decisões, ficando dispersas nesse mar de improbidades.
O Brasil necessita de um choque de moralidade pública, que tem que ser feito nos limites constitucionais e no aprofundamento da democracia.
O Brasil precisa ajuntar as lideranças políticas e sociais, suprapartidariamente, que tenham compromisso real com a causa republicana para enfrentar essa verdadeira pandemia de corrupção que se desenvolveu no país.
Essa é uma tarefa hercúlea, mas indispensável para que nós brasileiros possamos nos reencontrar como um povo e uma Nação.
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista