Para o desespero do Brasil a polarização política e eleitoral continua, entre Lula/PT e Bolsonaro.
O país se “divide” entre os que odeiam um ou outro dos dois candidatos líderes nas pesquisas, mas não se manifestam com voz audível aqueles que amam o Brasil.
Pela minha longa experiência de política, essa polarização é falsa, e não retrata o sentimento profundo do povo brasileiro, que quer sair desse pântano político, que quer superar esse ambiente cáustico de ódio prejudicial ao país, que quer devolver ao Brasil uma vida melhor para seu povo, e o respeito internacional que o Brasil merece.
A dita “esquerda” (entre aspas mesmo) ganhou o poder nas eleições de 2002, com Lula, com um capital político poucas vezes visto. Lula teve o aval popular para ser um grande estadista.
A conduta dos governos do PT, Lula/Dilma, foi catastrófica. Partiram para um caminho que os levaram ao fisiologismo, à incompetência e à corrupção.
Queimaram o capital político de sua eleição e conduziram o Brasil para um gueto político, econômico e moral, que desmoralizou a esperança neles depositada.
Das feridas abertas por essas “lambanças históricas” do PT, com os escândalos do Mensalão e do Petrolão, se reorganizaram e surgiram em cena forças de “extrema direita” (entre aspas mesmo), que com propostas reacionárias, atrasadas e mentirosas, ganharam a eleição com Jair Bolsonaro, um militar excluído do exército por má conduta, um parlamentar apoiado pelas milícias criminosas do RJ, um agente político insignificante.
O governo Bolsonaro logo mostrou sua verdadeira face.
A pureza política pregada por Bolsonaro se transformou num escandaloso acordo político com o Centrão, e agentes políticos acusados de corrupção.
O “posto Ipiranga” na economia se mostrou um verdadeiro desastre, resultando na inflação, na carestia de vida, na fome, na miséria e na falência de amplas fatias da população.
O discurso de patriotismo se transformou na devastação dos recursos ambientais do país, e em alianças com quadrilhas de empresários e traficantes que vão se apoderando do território nacional.
Do ponto de vista democrático, Bolsonaro mostra sua cara, guerreando com as instituições públicas e sociais, terceirizando todos os fracassos de seu governo para pessoas e órgãos nacionais, e ameaçando a todo instante as eleições, dando mostras de que pretende se manter no poder a qualquer custo, levando o Brasil para o modus barbárie.
Nos caminhos da 3ª via eleitoral, temos as principais candidaturas em Ciro Gomes e Simone Tebet. Mas essas opções não foram ainda abraçadas por parcelas majoritárias do povo.
Assim, até agora seguimos com essa dualidade imposta na disputa eleitoral, tendo o “roto” se contrapondo ao “esfarrapado”, cada qual com seu passado manchado por nódoas inesquecíveis.
Eu que não gosto, e nunca gostei, da prática da roubalheira e nem da política da barbárie, busco e trabalho para viabilizar uma alternativa eleitoral.
O mercado financeiro internacional tem seus candidatos preferidos.
Esse setor da economia, que delapida o Brasil há muito tempo, com suas práticas escorchantes, não escondem que tanto Lula como Bolsonaro servem aos seus interesses. A vida mostrou isso.
Ainda há tempo para rompermos essa polaridade artificial, produzida e incentivada por esses e outros setores que mandam no Brasil.
É uma tarefa difícil, mas possível, tendo-se em conta, que, com certeza, a grande maioria do povo brasileiro também não gosta de roubalheira, de corrupção, de política bandida, e nem do regime de barbárie, da ditadura, do preconceito, da intolerância, da violência e da devastação ambiental.
O Brasil é um país imenso, importante e diverso, merece uma alternativa que nos livre dessa dualidade do ódio e do atraso.
Há alternativas !!! É só abrir os olhos e olhar em volta.
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
