Há um grupo de empresários bastante articulados com certos setores da política que há alguns anos atrás propuseram a construção de um Aeroporto em … Parelheiros.
Parelheiros é uma das poucas reservas de mata em São Paulo, que embora esteja sendo bastante atacada, ainda tem boa preservação.
Parelheiros é o berço dos mananciais que abastecem a Represa de Guarapiranga, que por sua vez, abastece 5 milhões de pessoas com a sua água.
Sua cobertura de mata colabora com o equilíbrio climático e o regime de chuvas da cidade.
E a fauna local é extremamente rica e compõe as 1121 espécies de animais silvestres de São Paulo.
Parelheiros tem uma forte vocação para o turismo ecológico, para a agricultura urbana.
Por todos esses motivos tem que ser preservado.
No entanto não é isso que tem acontecido. Faz tempo.
A região de Parelheiros tem tido um desenvolvimento urbano desordenado e predatório.
Isso sofreu uma diminuição importante durante a vigência da operação Defesa das Águas de 2007 a 2012.
Mas a partir de 2013, com a negativa da Prefeitura em continuar a parceria com o Estado, a ocupação irregular, as invasões criminosas e a devastação, foram retomadas com força e permanecem destruindo até hoje.
O projeto do Aeroporto de Parelheiros vem agravar esse quadro.
Apresentado em abril de 2013, ficou em banho-maria até agora, quando volta a ser movimentado.
Trata-se de proposta da construção de Aeródromo de passageiros no coração da área verde de Parelheiros, para ocupar 4 milhões de m² de verde, com uma pista de 1830 metros e capaz de operar anualmente até 240 mil pousos e decolagens.
Segundo seus proponentes com saída exclusiva para o Rodoanel. Numa área que possui várias nascentes e que é lindeira ao Rio Embu Guaçu, principal braço formador da Represa de Guarapiranga.
Já anteriormente me posicionei fortemente contra o projeto por considerá-lo insano e desproposital.
Imaginem o impacto ambiental que um Aeroporto pode causar nos mananciais, no clima, na fauna de uma região como Parelheiros. Conseguimos frear por alguns anos o projeto.
Agora retomam a proposta e mais uma vez coloco-me contrário à ideia.
Espero que o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo possam ter juízo para não deixar prosperar tal sandice empresarial.
Mas já estamos procurando as pessoas e convidando os paulistanos de bom senso para que tomem posição contrária a essa proposta que colocará em risco a já tão combalida questão ambiental da cidade.
Gilberto Natalini
Médico, Ambientalista e Vereador (PV/SP)