Após seis meses fechados, museus e espaços culturais começam a reabrir

Começaram a reabrir nesta terça-feira (13/10) museus e espaços culturais da cidade de São Paulo, após seis meses fechados devido a quarentena para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Entre os locais que abriram a compra de ingressos e o agendamento de visitação estão o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o MAM (Museu de Arte Moderna) e o IMS (Instituto Moreira Salles). A Pinacoteca deve reabrir a partir de quinta-feira (15/10).

No Masp, localizado na Avenida Paulista (região central da capital), o destaque é a exposição Hélio Oiticica: a dança na minha experiência que apresenta os rumos de pesquisa do artista, com o estudo de elementos rítmicos e coreográficos, até chegar nos Parangolés, na década de 1960. A mostra reúne 19 dessas estruturas, pensadas para serem vestidas e usadas pelo público, sendo que 14 são réplicas que podem ser manuseadas pelos visitantes da exposição. A bilheteria física do Masp está fechada, mas os ingressos com horário agendado podem ser adquiridos pela página do museu. O uso de máscara durante a visita é obrigatório e o guarda-volumes está fechado.

O MAM, no Parque Ibirapuera (zona sul paulistana), reabre hoje com três exposições. Uma traz as obras do artista plástico Antonio Dias que fazem parte da coleção dos próprios trabalhos feita pelo paraibano ao longo da vida. Dias faleceu em 2018 aos 74 anos. Recobrindo as paredes de parte do museu com pau a pique, técnica de construção muito usada no período colonial, a instalação Roçabarroca, de Thiago Honório também faz parte dos trabalhos que podem ser vistos a partir de hoje com a reabertura da instituição. Há ainda uma exposição feita a partir das escolhas do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM. Os ingressos devem ser comprados de forma antecipada online.

Já o IMS, também na Avenida Paulista, abre uma exposição com 170 imagens da fotógrafa chilena Paz Errázuriz, que trabalhou com temas à margem da sociedade, como travestis e pessoa internadas em hospitais psiquiátricos, em plena ditadura de Augusto Pinochet. A partir dos arquivos da instituição poderá ser visto ainda um recorte das 35 mil imagens do arquivo do fotógrafo alemão Peter Scheier, com fotografias feitas entre as décadas de 1940 e 1070, parte na passagem pela revista O Cruzeiro. Também em cartaz no instituto está uma mostra com a produção em vídeo da fotógrafa Maureen Bisilliat. A entrada é gratuita mediante agendamento.

Além dos horários marcados e o uso obrigatório de máscaras, os espaços culturais devem receber no máximo 60% da capacidade total de visitantes. O público deve estar atento às orientações para evitar aglomerações e manter o distanciamento social, como o tempo máximo de visitação e o fluxo a seguir no percurso das exposições.

Mais sobre o coronavírus
Segundo dados do boletim diário publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), nesta terça-feira (13/10) a capital paulista contabiliza 13.131 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 344.248 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 437.297 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 473.527 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, nesta terça-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 41,9%.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última segunda-feira (12/10), foi de 49%.

Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

Atuação do Município
Nesta terça-feira (13/10), durante coletiva de imprensa, a Prefeitura de São Paulo divulgou a estimativa de que a incidência de contaminação pelo novo coronavírus nos habitantes da cidade seja de 13,6% do total da população, ou seja, mais de 1,6 milhão de pessoas.

O número é maior do que os 473.435 casos confirmados divulgados no boletim diário da última segunda-feira (12/10). Os dados constam das fases 6 e 7 do inquérito sorológico, realizado com 5.704 pessoas com idade superior a 18 anos.

Segundo a administração municipal, a prevalência de infecções é em jovens e adultos com idade até 49 anos e indivíduos de raça/cor preta e parda, com maior risco para integrantes das classes D e E, que pode ser de 2 a 6 vezes maior do que nas classes A e B.

Também existe uma relação inversa de prevalência que aumenta conforme é menor o índice de escolaridade. O estudo também indicou que domicílios com menos moradores têm menor incidência de infecção e que a adoção do teletrabalho (ou home office), distanciamento social e maior escolaridade são fatores considerados protetivos.

Os números, argumenta o município, mostram estabilização com viés de queda, e taxas decrescentes de infecção pelo novo coronavírus. Porém, a desigualdade é detectada, já que trata-se de uma doença que vem afetando mais a população mais pobre, com presença maior nos bairros com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), com maior incidência também na população mais preta e parda da cidade, quando comparado com os casos da raça branca. A administração municipal informou ainda que vai continuar com atuação segmentada nos distritos com maior incidência da doença.

Também foi estimada para a quinta-feira da semana que vem (22/10) a conclusão do resultado da primeira fase do censo que está sendo realizado com todos os professores e alunos da rede municipal sobre a contaminação. Com isso, a Prefeitura deve comunicar a decisão sobre a possibilidade de retorno das aulas a partir do dia 3 de novembro.

O resultado da fase 4 do inquérito sorológico escolar, realizado com os alunos das redes municipal, estadual e privada da cidade de São Paulo, também foi apresentado. A estimativa é que 16% dos escolares já tenham tido contato com a Covid-19. Isso significa que, dos aproximadamente 1,4 milhão de estudantes, mais de 236 mil têm anticorpos contra o novo coronavírus.

Entre os estudantes da rede municipal, a taxa de incidência de contaminação ficou em 17,6%, na estadual foi de 15,4% e para a rede privada 12,6%. No caso dos professores, a prevalência varia de 4,5% a 7,8%.

O estudo também apontou que a quantidade de crianças assintomáticas chegou a 64,9%. No caso dos estudantes, a prevalência também é de pessoas de cor/raça preta e parda em relação a cor/raça branca, e alunos das classes D e E. Cerca de 30% dos estudantes residem no mesmo domicílio de pessoas com idade acima dos 60 anos.

De acordo com a administração municipal, a decisão de volta às aulas leva em conta um contexto de informações como o inquérito sorológico, o censo sorológico e todos os outros indicadores municipais.

Além disso, mais 14 escolas municipais (totalizando 15) devem retornar às atividades extracurriculares a partir da próxima segunda-feira (19/10), depois da aprovação dos conselhos escolares. Enquanto isso, o ensino regular continua com a ajuda dos cadernos de aprendizagem encaminhados às casas dos alunos e as aulas on-line. As atividades extracurriculares são opcionais.

Fonte: Portal Câmara Municipal de SP

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