Mudanças Climáticas em 2024

Corrupção no Brasil

Análise de 2025

A BUSCA DO CENTRO DEMOCRÁTICO E ÉTICO

O Brasil de um tempo para cá está passando por uma péssima fase na política. As forças democráticas que se uniram para derrotar o regime militar pulverizaram-se, perderam o foco e o compromisso republicano. A atividade política se vulgarizou e o poder do dinheiro infiltrou as instituições de forma a transformar os interesses públicos em ações lucrativas. Os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, assim como os partidos políticos e muitas instituições da sociedade civil transformaram-se em balcões de negócios, produzindo verdadeiras máquinas de corrupção, cada vez mais institucionalizadas. As ideologias deram lugar às negociatas, e a atividade pública e privada tornaram-se um toma lá dá cá onde o que menos importa é o interesse coletivo do país. Direita e esquerda ficaram no passado. As atividades políticas hoje se dão em torno de tratativas pecuniárias. Surge então, como cortina de fumaça diante da roubalheira a chamada polarização, que dividiu o Brasil em dois. Essa polarização é um fenômeno global, existente em vários países, mas no Brasil tomou rumos inusitados, formando dois blocos em torno de duas figuras caricatas. De um lado, na chamada “esquerda”, está o Lula e o PT, de longa trajetória na política brasileira, com passagem por vários episódios de atentado à ética e a moralidade pública, como o Mensalão e o Petrolão, e outros de menor monta, mas não menos importantes. O PT e seu líder, que surgiram e cresceram como guardiões da ética e da justiça social, atolaram-se em escândalos grotescos de corrupção e desmandos. Do outro lado, na chamada “direita”, surge e cresce a figura de Bolsonaro, um capitão que foi excluído do exército por insubordinação e planos terroristas, que avançou na política com apoio de figuras duvidosas nas comunidades do Rio de Janeiro, que defende a Ditadura Militar, e tem como ídolo o Coronel Ustra, um torturador e assassino cruel. Seu governo tangeu a mediocridade, consolidou o escândalo do Emendão, conduziu de forma criminosa o evento da pandemia, “passou a boiada” na área ambiental, entre outros desmandos. Hoje, esses dois ídolos brasileiros, para se manterem de pé precisam um do outro, e alimentam essa polarização tóxica e nefasta que infecta a nossa política. Mas, podemos dizer que a maioria do povo já se enojou dessa situação, e defende a democracia que possa caminhar para um Centro Democrático e Ético, que tire o país dessa situação e o conduza para um cenário mais promissor. O grande desafio é unir as forças, as instituições e as pessoas que buscam esse caminho. Isto não tem sido fácil, mas é extremamente necessário! Esse é o nosso desafio! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Plano Diretor da Cidade de São Paulo

BRASIL UM CAMPO DE GUERRA

Saiu o resultado do último CENSO brasileiro. Na área de segurança pública vivemos uma calamidade. O número de mortes violentas aumentou muito, dentre elas as mortes por assassinatos, inclusive aquelas provocadas por ações policiais. Isso comprova nossa convicção que estamos vivendo uma guerra urbana declarada no Brasil. Já somos, há algum tempo, um dos países mais violentos do mundo. As ruas das cidades brasileiras tornaram-se campo de guerra, e as comunidades são áreas de conflitos armados em muitos locais do Brasil. O exemplo emblemático disso é o Rio de Janeiro, mas também temos Salvador, Recife, e muitas outras. A violência no país tem causas múltiplas, mas podemos destacar três principais: Dessa forma, a guerra urbana é uma triste realidade nacional, com cerca de quase 50 mil pessoas assassinadas por ano. Para sair dessa situação difícil o Brasil precisa ser virado do avesso. O desafio é fazer essa transformação dentro dos marcos da Democracia. E isso é imprescindível! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
OS MÉDICOS SE LIGAM NO CLIMA

A humanidade em sua saga de “progresso e bem-estar” está consumindo muito mais recursos naturais do que o Planeta pode oferecer. A degradação do Meio Ambiente é enorme. E ainda estão sendo devolvidos os resíduos do consumo, que está poluindo o ar, a terra e as águas (mar e rios) de uma forma agressiva. A destruição da natureza, da biodiversidade, o aquecimento do Planeta, as mudanças climáticas com seus fenômenos extremos, vêm com força e ameaçam a própria sobrevivência humana. As consequências disso são os desastres naturais frequentes, como enchentes, estiagens, queimadas, calor extremo, frio exagerado, entre outros. O aparecimento de microrganismos patógenos novos, trazendo doenças infecto contagiosas, é cada vez mais frequente. Assim, a vida humana é ameaçada por adoecimento e mortes provocadas por desastres ambientais e doenças que aumentam sua incidência. Todas as pessoas doentes ou mortas por esses fatores caem nas mãos dos médicos e do sistema de saúde. Cada vez mais!! Mas, o que temos observado é que nem o sistema de saúde (público e privado) e nem os profissionais médicos estão alertados e preparados para essa realidade. Ainda há muita desinformação entre os médicos sobre a realidade ambiental atual. Por esse motivo, propusemos, e a Associação Paulista de Medicina – APM aceitou de pronto, a realização do movimento “Médicos pelo Meio Ambiente e pelo Clima”, com o objetivo de conscientizar e mobilizar os profissionais da medicina, para uma ação concreta frente a esse novo cenário da saúde ambiental. Estamos convidando os colegas para participarem do forum que ocorrerá no dia 23 de agosto próximo, sábado, das 8:30h às 12:00h, no auditório nobre da APM, na Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278. O assunto tem tido boa aceitação entre todos, e nossa proposta é redigir um documento dos médicos para ser divulgado na COP30. Contamos com a presença dos colegas e pedimos que divulguem esta mensagem. Saudações, Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
QUO VADIS, HUMANOS?

O mundo hoje se dividiu em três blocos. A guerra fria como era conhecida acabou com a derrocada do comunismo, e restou uma disputa geopolítica entre os blocos globais. O primeiro são as tradicionais democracias liberais, como a União Europeia, os países escandinavos e alguns poucos países pelo mundo, como o Japão. O segundo bloco são os países alinhados aos Brics, que são regimes autocráticos como Rússia, China, Irã, Venezuela e outros, e os chamados populistas, como o Brasil, a África do Sul, a Colômbia, e outros. E o terceiro bloco são as autocracias de direita, como a Hungria, a Arábia Saudita, a Turquia e agora os Estados Unidos. Os demais países gravitam e se a alinham com esses três blocos. As chamadas “direita” e “esquerda” se enquadram nesse cenário, perdendo a antiga característica, e estão presentes nos três blocos. Como pano de fundo desse mapa geopolítico estão as duas grandes contradições da humanidade, que avançam ameaçando a vida e o próprio planeta. De um lado a vergonhosa desigualdade social, que joga na fome e na miséria bilhões de pessoas, com sua concentração de renda progressiva e a exclusão de contingentes enormes da população dos padrões mínimos de qualidade de vida. De outro lado o desenvolvimento econômico a qualquer preço, que explora e degrada os recursos naturais do Planeta, muito além de sua capacidade, e devolve montanhas de resíduos, destruindo ecossistemas, poluindo água, terra e ar, e eliminando progressivamente a biodiversidade. Paradoxalmente, avançam velozmente, as descobertas e aplicações da ciência e tecnologia, como a inteligência artificial, as redes sociais, a biotecnologia, a cibernética e tantas outras. A resultante disso não tem sido a felicidade pessoal e coletiva. Ao contrário, as pessoas sentem-se só, a empatia está em baixa, há uma explosão de fake news, de agressões e perversões de todos os tipos. Conforme aumentam as crises sócio econômicas e ambientais, aumentam as imigrações, o desemprego, a fome, e os países se tornam mais competitivos, excludentes e beligerantes. Vejam os exemplos dos EUA, do massacre da Rússia na Ucrânia, a imbecilidade dos grupos terroristas, o morticínio de Israel em Gaza, e a pobreza extrema em partes da África e da América Latina. Além disso o aumento da violência e da criminalidade é enorme, com as quadrilhas do crime organizado dominando setores importantes da sociedade pelo mundo afora. É necessário parar para refletir, sobre as relações entre as pessoas, entre os povos, e com o próprio Planeta. A humanidade precisa se repensar! Isso é prioridade urgente! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
BRASIL UM CAMPO DE GUERRA

Saiu o resultado do último CENSO brasileiro. Na área de segurança pública vivemos uma calamidade. O número de mortes violentas aumentou muito, dentre elas as mortes por assassinatos, inclusive aquelas provocadas por ações policiais. Isso comprova nossa convicção que estamos vivendo uma guerra urbana declarada no Brasil. Já somos, há algum tempo, um dos países mais violentos do mundo. As ruas das cidades brasileiras tornaram-se campo de guerra, e as comunidades são áreas de conflitos armados em muitos locais do Brasil. O exemplo emblemático disso é o Rio de Janeiro, mas também temos Salvador, Recife, e muitas outras. A violência no país tem causas múltiplas, mas podemos destacar três principais: Dessa forma, a guerra urbana é uma triste realidade nacional, com cerca de quase 50 mil pessoas assassinadas por ano. Para sair dessa situação difícil o Brasil precisa ser virado do avesso. O desafio é fazer essa transformação dentro dos marcos da Democracia. E isso é imprescindível! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
RETROCESSO DESESPERADOR QUE AMEAÇA FUTURO DO PAÍS

Estamos diante do maior problema multidimensional que afeta o sistema vida. Estamos diante da maior emergência desses tempos atuais – o colapso climático. Estamos num País que, historicamente, sofre com desastres ambientais, pondo em risco direto à vida de milhões de brasileiros, e mesmo assim, na madrugada da última quinta-feira, 17, em votação final, a Câmara dos Deputados, por 267 votos a 116, aprovou o PL, Projeto de Lei n°2159/21, que simplesmente desmonta (flexibiliza) as regras (Lei Geral) de licenciamento ambiental no Brasil. Isso significa renunciar a estudos ambientais e de análises alternativas. Importa esclarecer que foi desmontado o principal instrumento de controle dos impactos ambientais de empreendimentos no país. Por isso foi batizada de PL da Devastação, uma vez que favorece, como é fácil supor, o avanço de empreendimentos alheios à preocupação ambiental. Com a quebra de regras, cria-se possibilidades de procedimentos autodeclaratórios, dispensa (afrouxamento) de licenciamento ambiental. Estamos falando, portanto, de inacreditável retrocesso ambiental (verdadeiro dano ao sistema de proteção ambiental) arquitetado por um Congresso que faz o jogo do quanto pior, melhor. Análise realizada pelo projeto Amazônia Revelada, em parceria com a InfoAmazônia, mostra, pela primeira vez, que milhares de sítios arqueológicos cadastrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) podem ficar vulneráveis. Patrimônio histórico desprotegido. Terras indígenas não homologadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) serão diretamente afetadas. Nada menos do que 86% dos projetos de mineração e suas barragens em Minas Gerais serão aprovados de forma automática. Na base disso tudo, apresentado como um marco de eficiência e desburocratização, o Congresso brasileiro, com a aprovação do PL 2159/21, ecoando uma tragédia anunciada, acaba de incentivar um modelo de desenvolvimento arcaico, inimigo do meio ambiente, gerador de diversos impactos ambientais que, sobretudo, ameaçam a defesa da vida. Por isso, como apropriadamente demonstrou o geógrafo Bruno Araújo, “o PL da devastação é um retrato cruel do que o capitalismo faz quando quer aumentar suas taxas de lucro: acelera sua máquina de destruição, mesmo que isso signifique colocar toda a sociedade em risco”. Em nosso sentir, a aprovação desse projeto – o mais grave ataque dos parlamentares brasileiros ao meio ambiente – faz avançar a lógica da destruição em nome do lucro. Diante desse grave retrocesso, que fique claro: está em jogo a qualidade da Amazônia, do Pantanal e da generosa Mãe Natureza. Diante de um simples apertar de botão, transforma-se todas as licenças ambientais do País. Por isso chegou a hora de unir forças. Organizações da sociedade civil, movimentos sociais, comunidades tradicionais, povos originários. Todos, unidos, pressionando para a reversão desse retrocesso. E que não percamos de vista: é a proteção da vida, do solo, da floresta, do verde, da água, do ar, da biodiversidade que deve falar mais alto. Por justiça social, por justiça ambiental, nosso grito, daqui para a frente, deve ser um só: exigir o veto da Presidência da República. Gilberto Natalini, é médico-cirurgião, vereador por cinco mandatos na Câmara Municipal de São Paulo. Foi secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente (2017) e candidato a governador do Estado de São Paulo pelo Partido Verde (PV) em 2014. Marcus Eduardo de Oliveira é economista e ativista ambiental. Autor de A civilização em risco (Jaguatirica, 2024), entre outros.