Sou um vereador das ruas… Percorro sempre a cidade de São Paulo de canto a canto e noto que as pessoas estão bastante interessadas em política.
Difícil para um cidadão permanecer alheio ao assunto, principalmente, vivendo em uma metrópole como São Paulo que nos apresenta sérias questões de trânsito, transporte, segurança, uso de espaços públicos, falta de arborização, entre outras. São Paulo exige participação, diálogo, urbanidade, troca de ideias…
Sabemos que, neste ano de eleições, o destino das cidades de todo o país estará nas mãos dos eleitores que escolherão seus representantes. É preciso que haja racionalidade e que cada um saiba por que escolher este e não aquele candidato.
O representante político, escolhido democraticamente nas urnas, deve ter a lisura de saber que cada voto dado é um voto de confiança. Os cidadãos não aceitam corrupção, conchavos, apadrinhamentos, desmandos.
A atuação dos eleitos (que são representantes do povo) deve ir ao encontro dos interesses gerais que deverão estar acima de quaisquer outros. A responsabilidade é honrar os votos e lutar por uma cidade que acolha e ofereça condições decentes de vida (emprego, transporte, lazer, atendimento médico etc) a todos democraticamente.
O voto deve ser valorizado e consciente… Atualmente, o eleitor pode acompanhar, de perto, os passos dos políticos. Em época de redes sociais, sites, Google etc a verdade sempre aparece o que facilita a análise do eleitor e a escolha consciente de quem irá representá-lo.
Cabe ao cidadão verificar quem é quem e saber que a cobrança é um direito que o eleitor tem dentro de um sistema democrático. Votar é exercício de responsabilidade e amadurecimento.
Foi-se a época em que o eleitor brasileiro escolhia, em um voto de protesto devido a inúmeros relatos de fraudes nas cédulas eleitorais de papel, um rinoceronte chamado Cacareco como vereador de São Paulo (em 1959). Anos depois, em 1988, o macaco Tião ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Hoje, com tantos casos de corrupção, nepotismo, falcatruas naturalmente existe o sentimento de insatisfação, indignação, revolta com grande parte dos políticos do país mas o eleitor agora está mais participativo: panelaço e grandes manifestações nas ruas de todo o território nacional comprovam.
Em resumo: hoje sabemos separar o joio do trigo… Pelo menos é o que se espera!
Gilberto Natalini é médico e vereador (PV/SP)