Carnaval: grandes riscos à saúde individual e pública! Como minimizá-los ?

Carnaval: desde 4.000 a.C em devoção a Osíris no antigo Egito, passando pelo culto a Dionísio na Grécia (bacanais e vinho), pelo Papa Gregório (ano 590), que cria a expressão “dominia carne levandas” abreviado ao Carnaval de hoje, foi incorporado pelos portugueses à nossa cultura em 1723 com as celebrações do “Entrudo no Brasil”, que agregando os ritmos percussivos africanos dos escravos passou a representar a principal festa popular do País movimentando hoje mais de seis bilhões de reais, com expressão internacional.
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No mês de fevereiro, com calor expressivo (30°C), a intensificação do trânsito interno e externo de pessoas e consumo de produtos num período concentrado de uma semana, oferece circunstâncias peculiares de aumento considerável de risco à saúde por toda a população, cujos impactos graves são percebidos pelas semanas e meses seguintes à comemoração.
Como uma extensão oportuna das férias de verão, a semana do Carnaval mobiliza mais de 50% da população em deslocamentos (viagens) aumentando significativamente o número de acidentes de trânsito e de lamentáveis afogamentos com expressivos e evitáveis óbitos a um custo médio de R$210.000,00 cada. A associação com o irresponsável consumo elevado e incontrolado de bebidas alcoólicas garante a escalada crescente da tragédia.
Na sequência dos acidentes que lotam os Prontos Socorros de todos os municípios, seguem os casos de desidratação e gastroenterocolites agudas-GECAS (vômitos e disenterias) quando a enorme exposição ao consumo de alimentos prontos, de baixa qualidade, produzidos sem condições higiênicas e mal conservados promovem a intoxicação e infecção agudas principalmente em crianças e idosos. O calor garante a multiplicação de microorganismos nos alimentos onde se incluem as bebidas (água, sucos e batidas).
Como se não bastasse, surgem nestas circunstâncias os vetores (pernilongos, carrapatos, pulgas), responsáveis pela transmissão entre humanos e entre animais e humanos de pelo menos 26 doenças importantes e graves (dengue, febre amarela, malária, chikungunya, leishmaniose, febre maculosa). A leptospirose (decorrente da contaminação de águas pela urina de roedores), ganha expansão e causa 20% de óbito entre os doentes. Os ratos são estimulados à reprodução nos meses seguintes em função do acúmulo de lixo e de resíduos orgânicos gerados pela folia.
Por fim, a folia não seria completa sem a intensificação e diversificação das relações sexuais e com estas as Doenças Sexualmente Transmissíveis: AIDS, hepatite B e C, herpes, tricomoníase, blenorragia (gonorréia), cancro e sífilis só serão percebidas meses depois e com gravíssimas consequências.
Não bastasse o quadro desolador em paradoxo da folia e da alegria pretendidos pelo Carnaval, destacamos a grave crise da disponibilidade da água que enfrentamos e que amplifica todos os riscos descritos em quantidade e intensidade. Mais lamentável se percebermos que a grande maioria dos danos elencados e previstos são evitáveis. Resta saber e divulgar entre os nossos e os demais algumas medidas de caráter preventivo e de atenção redobradas extremamente eficazes em benefício da saúde de todos, a saúde individual de nossos familiares e coletiva de todos os pares.
1- Planeje com antecedência e detalhe sua viagem, identificando os principais fatores de risco existentes ( previsão do clima, insetos, água tratada, geladeira, esgoto), no local de sua estadia (casa, sítio, praia, hotel, camping).
2- Escolha com atenção os alimentos a serem consumidos exigindo procedência, qualidade, acondicionamento e conservação térmica (menor que 10°C), como a água (tratada e protegida).
3- Atenção aos acessos difíceis, trilhas evitando pés descalços, exposição excessiva ao sol (chapéu, protetor solar, roupas), prepare-se adequadamente.
4- Utilize repelentes contra insetos e proteções ambientais eficientes.
5- Cautela redobrada às relações sexuais com vários parceiros e sem a devida proteção (utilize sempre preservativos com higiene pessoal).
6- Em qualquer situação de alteração orgânica como febre, manchas no corpo, vômitos, disenteria, tosse frequente, tonturas, dores, cansaço extremo, dificuldades motoras e alterações sensitivas procure imediatamente um serviço médico para diagnóstico e solução oportuna do problema.
 

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