“Manifesto aqui meu repúdio aos atos cruéis e criminosos do Azerbaijão, contra o povo armenio de Artsakh, com esse bloqueio covarde que está criando uma crise humanitária grave. Desbloqueio já ! Liberdade e auto determinação para Artsakh!!!” Gilberto Natalini
São Paulo, 02 de Fevereiro de 2023
Exmo.(a) Sr.(a),
Gostaríamos de trazer à sua atenção a iminência de um novo Genocídio do primeiro povo Cristão do mundo. Já ouviu falar de Artsakh ?? Artsakh é uma região do Cáucaso, encravada, hoje, no território do Azerbaijão. Embora o Azerbaijão seja um país de religião maometana e de língua e etnia turca, 90% de sua população é constituída por Armênios que habitam este território há 5 mil anos. Em 1923, quando tanto a Armênia quanto o Azerbaijão pertenciam à União Soviética, Lénin na busca de uma política da boa vizinhança cedeu estas terras ao recém formado estado do Azerbaijão. Após a dissolução da União Soviética, realizou-se um referendo em plebiscito popular e sob as leis de secessão de oblasts e okrugs da URSS,utilizando-se do direito de auto-determinação dos povos, Nagorno-Karabakh declarou sua independência antes mesmo da dissolução da URSS, se autoproclamando “República de Artsakh”. Desde então a população sofre com constantes ataques do Azerbaijão que busca o controle territorial, a expulsão dos armênios do território e o controle religioso.
Desde o dia 12 de Dezembro, 120 mil habitantes , dos quais 30 mil crianças, encontram-se sitiados em seu próprio território, pois o Azerbaijão mantém sob bloqueio o corredor de Lachin, que é a única rota que liga a República de Artsakh (Nagorno Karabagh) com a Armênia e o resto do mundo, sem acesso a remédios, alimentos, atendimentos hospitalares e os bens mais básicos para sua subsistência. Para aprofundar a crise humanitária, o governo do Azerbaijão corta constantemente o fornecimento de gás e eletricidade em temperaturas abaixo de -10C na tentativa de criar condições de vida insustentáveis para que a população abandone suas casas. Estas crianças estão privadas de seu direito à educação e muitas estão separadas de seus pais que estavam do outro lado da fronteira naquele dia.
Solicitamos que as lideranças, dos partidos políticos e das entidades da sociedade civil no Brasil apoiem, de forma explícita, a abertura desta estrada, garantindo à sua população o direito de ir e vir, possibilitando condições de vida normal, e demandem à República de Azerbaijão o respeito da integridade física e da identidade cultural dos armênios que vivem nos territórios de Artsakh.
O acompanhamento e os esforços para o êxito desse processo de paz, possibilitarão a construção de uma sociedade fraterna, justa e solidária
Respeitosamente,
CONSELHO NACIONAL ARMÊNIO – BRASIL
