P.S. HOSPITAL SÃO PAULO!

Estudei na Escola Paulista de Medicina de 1970 a 1975. O Hospital São Paulo era nosso Hospital Escola.Na época, o Pronto Socorro ficava na esquina da Rua Borges Lagoa com a Rua Napoleão de Barros.Era um local pequeno, acanhado para o volume de atendimentos e a importância do Ensino Médico ali praticado.Depois de bom tempo o P.S. do Hospital São Paulo passou para um prédio maior na Rua Pedro de Toledo, entre as ruas Napoleão de Barros e Botucatu. Foi um ganho enorme, de espaço, comodidade e qualidade no atendimento.Mas com o passar do tempo, o prédio ficou desadequado e deteriorado para a grandeza de sua missão.Foi então interrompido o serviço e começou uma grande reforma e ampliação.O Hospital São Paulo foi criado pela SPDM junto com a Escola Paulista de Medicina há mais de 90 anos, para servir como Hospital Escola. É um Hospital Filantrópico sem fins lucrativos, que faz atendimento SUS de altíssima qualidade e complexidade, exerce Ensino Médico para a Escola e todo Brasil além de fonte inesgotável de pesquisa médica de ponta.É uma instituição absolutamente insubstituível.O Hospital São Paulo sofreu crises de financiamento, que foram sendo resolvidas e nos últimos três anos o hospital voltou ao “azul”, reabriu seus leitos, multiplicou suas internações e cirurgias.O hospital se reergueu, com uma gestão que vem dando certo.A reforma do Pronto Socorro ficou pronta. Ele está apto a voltar a atender a população, com instalações ampliadas, modernizadas e adequadas. A previsão é que tenha 24 especialidades médicas na urgência e emergência.Agora vem a questão: quem vai financiar o custeio???O cálculo é que todo esse complexo custe cerca de 5 milhões de reais por mês.Pelo número de atendimentos, a complexidade dos serviços oferecidos com qualidade e a base de ensino e ciência que existem, esse custo é pequeno para o orçamento público.O SUS é tripartite.Portanto, o Governo Federal, Estadual e Municipal precisam sentar numa mesa, conversar e decidir como e de onde virá o recurso para custear o financiamento do histórico, necessário e urgente funcionamento do Pronto Socorro do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina.O povo espera e cobra.Isso é pra já!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Sampa e Jampa sofrem com chuvas intensas

Em São Paulo, no dia 24 de janeiro de 2025, em apenas duas horas, choveu na maior metrópole da América Latina, maior PIB do Brasil, inacreditáveis 125,4 milímetros, o equivalente à metade do volume previsto para todo o mês de janeiro. Foi, talvez, a chuva mais violenta já registrada num pequeno período de tempo. Em tempos de discurso ecológico, a cidade se afogou em água, e em lágrimas. Ruas e praças se transformaram em rios e lagos. Casas, prédios, lojas e bares foram rapidamente invadidos por enxurradas violentas. A mudança climática está presente, não há mais como negar! Até o metrô, excelência de nosso transporte coletivo, teve uma de suas estações invadida pela violência das águas. Lamentavelmente, dadas às circunstâncias, um idoso morreu afogado no quintal de sua casa. Foi assustador! Na capital paulista, apesar do enorme volume da chuva, as cheias se escoaram num tempo rápido. Mas os estragos e prejuízos – graves – ficaram para ser contabilizados. Chuvas e enchentes sempre acontecem em São Paulo, cidade global, megalópole brasileira, e há muito tempo, como também, na secular João Pessoa. Todavia, nos últimos 20 anos, o volume das chuvas tem aumentado e o tempo que a chuva cai tem diminuído, segundo estudo do nosso maior e mais respeitado cientista, Carlos Nobre. Como todos nós sabemos, Sampa tem vários apelidos: “Cidade da garoa”, “Cidade que não pode parar”, “Terra das oportunidades”, “Paulicéia desvairada”, entre outros. Mas, convenhamos, o codinome mais condizente com nosso relevante artigo é, certamente, “Selva de Pedra”. Até porque isso indica o destino da cidade; da nossa, e de tantas outras que seguem buscando a modernidade, como a cidade de João Pessoa. Assim, parece evidente: a cidade de São Paulo, com seus 471 anos, foi crescendo e ocupando o Planalto de Piratininga de forma desplanejada, desordenada e agressiva. Foi derrubada a exuberante cobertura verde de Mata Atlântica e Cerrado. Foram ocupadas as encostas dos morros e as várzeas de seus três rios e cerca de 500 córregos, num urbanismo avesso, nervoso e profundamente desigual. Suas duas mil favelas e seus 3,4 milhões de imóveis, como se sabe, nasceram e cresceram em ruas tortuosas e íngremes, tanto em seu Centro expandido, como nas imensas periferias. Mas, que fique bem claro: a parte mais perigosa nesses tempos desconexos e conflitivos de aquecimento global e desajuste planetário, foi a gigantesca impermeabilização do solo urbano, com asfalto e cimento, que impede a água de drenar para o subsolo, provocando os verdadeiros rios que se formam nas ruas e avenidas quando as fortes chuvas e tempestades chegam. De todo modo, os três Planos Diretores aprovados nos últimos 20 anos só fizeram piorar essa situação, até porque, e isso não é segredo, foram permissivos no adensamento com edifícios, sem nenhum cálculo de suporte que proteja a sustentabilidade dos 96 distritos, que juntos compreendem um total de 472 bairros e com 12,3 milhões de habitantes. Agora, frente a essa triste e preocupante realidade, a Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) tem tomado várias medidas no sentido de enfrentar os efeitos extremos das mudanças climáticas sobre a cidade mais populosa do Brasil. Em 2009, por exemplo, foi aprovada a Lei Municipal das Mudanças Climáticas, pioneira no Brasil. O número de Parques Públicos Municipais que eram 36 em 2004, hoje são 118, e estão sendo inaugurados outros. Já as matas remanescentes que foram atacadas pelo crime organizado nas áreas de mananciais, com a derrubada de 1,5 milhão de árvores no período de 2014 a 2020, terão cerca de 150 milhões de m² desapropriados pela PMSP, e serão transformados em parques públicos municipais, ficando assim protegidos. A manutenção das galerias pluviais e a limpeza de córregos vêm sendo feitas em bom número, o que tem garantido o escoamento rápido das águas das chuvas. Mas o problema da impermeabilização de ruas, calçadas e áreas construídas permanecem e até piora. Portanto, quando o céu desaba em chuva sobre Sampa, vemos as águas ocupando o espaço urbano e destruindo as “coisas belas”, como canta Caetano Veloso. As chuvas intensas também provocaram o caos em João Pessoa, a capital da Paraíba. No dia 28 de janeiro de 2025, quatro dias depois de fortes chuvas que atingiram Sampa, elas chegaram a Jampa, “E fosses à Paraíba”, como canta Caetano em “Terra”, causando grandes transtornos a capital paraibana. O volume de chuva foi de 93,4 milímetros na cidade, provocando alagamentos, deslizamentos e desabamentos, além de excesso de lama e sujeira nas ruas, nas casas ou muros desabando com a força das águas. Em Jampa, a cidade mais rica e mais populosa da Paraíba, as águas cobriram as rodas de aço dos veículos leves sobre trilhos (VLTs) na Estação João Pessoa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que em frente estava completamente alagada, por motivos de segurança dos passageiros e dos funcionários, a CBTU paralisou suas atividades de transporte público coletivo temporiamente no dia 28. A Terra está sofrendo com as mudanças climáticas, afetando cidades como João Pessoa e São Paulo, ambas são as capitais brasileiras como a maior concentração de renda do país, logo, precisam urgentemente adotar medidas sustentáveis para redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE); preservação dos biomas; investimentos em infraestrutura urbana adaptada as chuvas intensas nas cidades; e mudança de hábitos de consumo de bens e serviços para proteger o planeta. Finalmente, diante do nervosismo da mudança do clima, desimpermeabilizar é urgente e preciso! E por razões particulares, enfrentar as mudanças climáticas e as outras agressões à Natureza (mãe da Humanidade) é, sim, a nossa mais fundamental tarefa para se pensar no que todos desejam: um futuro ecológico sustentável, um planeta seguro, limpo e habitável. (1) Gilberto Natalini é médico e ambientalista brasileiro.(2) Marcus Eduardo de Oliveira é economista e ativista ambiental brasileiro.(3) Paulo Galvão Júnior é economista brasileiro.
São Paulo: a chuva que cai!

Em apenas duas horas, choveu na maior metrópole da América Latina, maior PIB do país, inacreditáveis 125,4mm, o equivalente à metade do volume previsto para todo o mês de janeiro. Foi, talvez, a chuva mais violenta já registrada num pequeno período de tempo. Em tempos de discurso ecológico, a cidade se afogou em água, e em lágrimas. Ruas e praças, aqui e ali, se transformaram em rios e lagos. Casas, prédios e comércio foram rapidamente invadidos por enxurradas violentas. A mudança climática está presente, não há mais como negar! Até o Metrô, excelência de nosso transporte coletivo, teve uma de suas estações invadida pela violência das águas. Lamentavelmente, dadas às circunstâncias, um idoso morreu afogado no quintal de sua casa. Foi assustador!!! Conquanto, apesar do enorme volume da chuva, as cheias se escoaram num tempo rápido. Mas os estragos e prejuízos – graves, é certo – ficaram. Chuvas e enchentes, não é novidade, sempre acontecem em São Paulo, cidade global, e há muito tempo. Todavia, nos últimos 20 anos, o volume das chuvas tem aumentado e o tempo que a chuva cai tem diminuído, segundo estudo do nosso maior e mais respeitado cientista, Carlos Nobre. Como todos sabemos, Sampa tem vários apelidos: “cidade da garoa”, “cidade que não pode parar”, “terra das oportunidades”, “Paulicéia desvairada”, entre outros. Mas, convenhamos, o codinome mais condizente com nosso assunto aqui tratado é, certamente, “Selva de Pedra”. Até porque isso indica o destino da cidade; da nossa, e de tantas outras que seguem buscando a modernidade. Assim, parece evidente: a cidade de São Paulo, com seus 471 anos, foi crescendo e ocupando o Planalto de Piratininga de forma desplanejada, desordenada e agressiva. Foi derrubada a exuberante cobertura verde de Mata Atlântica e Cerrado. Foram ocupadas as encostas dos morros e as várzeas de seus três rios e cerca de 500 córregos, num urbanismo avesso, nervoso e profundamente desigual. Suas duas mil favelas e seus 3,4 milhões de imóveis, como se sabe, nasceram e cresceram em ruas tortuosas e íngremes, tanto em seu centro expandido, como nas imensas periferias. Mas, que fique claro: a parte mais perigosa nesses tempos desconexos e conflitivos de aquecimento global e desajuste planetário, foi a gigantesca impermeabilização do solo urbano, com asfalto e cimento, que impede a água de drenar para o subsolo, provocando os verdadeiros rios que se formam nas ruas quando as grandes (e fortes) chuvas e tempestades chegam. De todo modo, os três Planos Diretores aprovados nos últimos 20 anos só fizeram piorar essa situação, até porque, e isso não é segredo, foram permissivos no adensamento com edifícios, sem nenhum cálculo de suporte que proteja a sustentabilidade dos bairros. Agora, frente a essa triste e preocupante realidade, a Prefeitura de São Paulo tem tomado várias medidas no sentido de enfrentar os efeitos extremos das mudanças climáticas sobre a Cidade. Em 2009, por exemplo, foi aprovada a Lei Municipal das Mudanças Climáticas, pioneira no Brasil. O número de Parques Públicos Municipais que eram 36 em 2004, hoje são 118, e estão sendo inaugurados outros. Já as matas remanescentes que foram atacadas pelo crime organizado nas áreas de mananciais, com a derrubada de 1.500.000 árvores no período de 2014 a 2020, terão cerca de 150 milhões de m² desapropriados pela Prefeitura, e serão transformados em parques públicos municipais, ficando assim protegidos. A manutenção das galerias pluviais e a limpeza de córregos vêm sendo feitas em bom número, o que tem garantido o escoamento rápido das águas das chuvas. Mas o problema da impermeabilização de ruas, calçadas e áreas construídas permanece e até piora. Portanto, quando o céu desaba em chuva sobre Sampa, vemos as águas ocupando o espaço urbano e destruindo as “coisas belas”, como canta Caetano. Tal e qual, diante do nervosismo do Clima, desimpermeabilizar é urgente e preciso! E por razões particulares, enfrentar as mudanças climáticas e as outras agressões à Natureza (mãe da Humanidade) é, sim, a nossa mais fundamental tarefa para se pensar no que todos desejam: um futuro ecológico sustentável, um planeta seguro e habitável. (*) Gilberto Natalini é médico e ambientalista. (**) Marcus Eduardo de Oliveira é economista e ativista ambiental Imagem de Joel santana Joelfotos por Pixabay
O STRESS DOS HUMANOS

GILBERTO NATALINI- Médico e Ambientalista
Tempos quentes e difíceis.

Tempos quentes e difíceis. https://natalini.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Video-do-WhatsApp-de-2025-01-13-as-14.47.39_69b4a65a.mp4 NOTÍCIAS Tempos quentes e difíceis. Ainda estamos aqui A PAZ, ORA A PAZ! Ainda estamos aqui Corrupção: mania nacional !!! 2025: ano imprevisível ??? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? PAIXÃO PELA MEDICINA! O ANO VAI CHEGANDO AO FIM
A PAZ, ORA A PAZ!

Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Ainda estamos aqui

Há semanas atrás, fui com minha família assistir ao filme de Walter Salles, com Fernanda e Fernanda, Selton Mello, e outros excelentes atores. Confesso que há muito tempo eu não sentia um impacto tão forte. Conforme o filme foi passando em sua forma e conteúdo perfeitos, alguma coisa começou a apertar meu peito e minha cabeça, e eu me senti mal. A história da prisão, assassinato e desaparecimento do brasileiro Rubens Paiva em 1971, tão realística e plasticamente retratada, foi desencavando dentro de mim lembranças e sentimentos de 53 anos passados. Não que estivessem esquecidos, mas estavam devidamente guardados dentro de minha existência. Fiz de imediato o paralelo entre o desenrolar do drama e minha própria história de vida, e de milhares de pessoas, muitas que convivi pessoalmente e outros que conheci à distância. Lembrei-me como se fosse hoje, daquele agosto de 1972, quando duas veraneios do DOI-CODI/SP me sequestraram na Rua Guiratinga, Bosque da Saúde, a 50 metros da casa do meu avô Rafael, onde eu morava e cursava o 3°ano da Escola Paulista de Medicina. Eram 6:30h da manhã, e a “ruazinha deserta”, permitiu que ninguém visse minha prisão-sequestro.Fui levado para o DOI-CODI, nos fundos do 36° DP, na Rua Tutoia. Lá, fui recebido pelo “Dr.Tibiriça”, popularmente conhecido como Carlos Alberto Brilhante Ustra.Começou o interrogatório que não vou descrever aqui. Sobrevivi. Só sei que sai de lá, 2 meses depois, deficiente auditivo bilateral, e com a sensação da certeza que nossa luta era justa e repleta de razão. Ali sofri e testemunhei barbaridades. Rubens Paiva morreu na tortura, como Herzog, Benetazzo, Fiel Filho, Alexandre Vannuchi e tantos outros, vítimas da barbárie que se instalou no Brasil, pelas mãos da Ditadura Militar. Hoje, passados mais de 50 anos, ao terminar de assistir “Ainda Estou Aqui”, sai do cinema com uma sensação calma de felicidade. Ao ver a reação do Brasil e do mundo ao filme, entendi o salto do impacto de meu sofrimento inicial à onda de alívio de que fui tomado. Esse filme, contou com perfeição e elegância a História do Brasil e de brasileiros, que como Rubens Paiva, dedicaram sua vida à causa maior da humanidade: a liberdade!!! Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista
Corrupção: mania nacional !!!

Corrupção: mania nacional !!! https://natalini.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Video-do-WhatsApp-de-2025-01-04-as-08.51.16_97ebc971.mp4 NOTÍCIAS Corrupção: mania nacional !!! 2025: ano imprevisível ??? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? PAIXÃO PELA MEDICINA! O ANO VAI CHEGANDO AO FIM POR UM BRASIL LIVRE DA POLARIZAÇÃO! UM PAÍS BANDIDO? URUGUAI: livre da polarização, exemplo de Democracia O BRASIL E O MUNDO PENSANDO NA COP-30
2025: ano imprevisível ???

2025: ano imprevisível ??? https://natalini.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Video-do-WhatsApp-de-2025-01-04-as-08.50.25_a17f380b.mp4 NOTÍCIAS 2025: ano imprevisível ??? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? 2025: UM ANO IMPREVISÍVEL? PAIXÃO PELA MEDICINA! O ANO VAI CHEGANDO AO FIM POR UM BRASIL LIVRE DA POLARIZAÇÃO! UM PAÍS BANDIDO? URUGUAI: livre da polarização, exemplo de Democracia O BRASIL E O MUNDO PENSANDO NA COP-30 POLARIZAÇÃO NÃO!
2025: UM ANO IMPREVISÍVEL?

Chegamos no falado Ano Novo! Pelo “andar da carruagem” acho mesmo que não podemos prever como será. As incertezas habitam nossas vidas. A Geopolítica se movimenta rápido demais, recheada de turbulências. A governança mundial, que deveria ser articulada pela ONU, se enfraquece frente aos interesses das nações e blocos de países, numa nova guerra fria, entre os EUA, a China, a Rússia e a Europa. Cada qual defende seus regimes, seus mercados, seus negócios, seus territórios. O Mundo chega nesse novo ano se contorcendo na angústia das incertezas frente aos fenômenos climáticos extremos, à exaustão dos recursos naturais, à colossal montanha de resíduos e dejetos despejados no Meio Ambiente, como restos do nosso consumo frenético e perdulário. A Mãe Natureza paga a conta! A produção econômica é infinita, altamente concentradora de riquezas e produtora de uma desigualdade social gigantesca, que chega a ser pornográfica aos olhos do humanismo mais simples. Pela seca, pela fome, pelos conflitos locais, milhões e milhões de humanos se deslocam em hordas infindas de migrantes, que partem e chegam, buscando vida melhor e criando o fantasma da invasão étnica e religiosa. A espiritualidade e a ética cada vez mais são artigos raros, que vão se transformando em manifestações de fanatismos, muitas vezes acompanhadas de violência e terrorismo. Na incapacidade dos regimes democráticos tradicionais de gerir essa barafunda, surgem lideranças que parecem egressos de hospícios da política: Trump, Putin, Orban, Ortega, Kim, Netanyahu, Khamenei, Maduro, Milei, Bolsonaro. E por aí vai. Todos com milhões de seguidores. É claro que na imprevisibilidade desses tempos surgem tratamentos médicos, vacinas, descobertas de cura para doenças terríveis. A tecnologia avança nas energias mais limpas, na sofisticação da inteligência artificial, na amplidão das redes sociais, nas produções culturais e artísticas, nas descobertas cientificas da biologia, da eletrônica, e de tantas outras. A evolução do conhecimento é revolucionária. Assim, dentro deste planetinha azul chamado Terra, quase 9 bilhões de humanos caminham para um ano novo. E com as pessoas cada vez vivendo mais. “Quem não estiver confuso, não está entendendo nada”, brinca o irreverente. É certo que no turbilhão dessa vida, todos têm, em diferentes graus, algum sofrimento mental, que varia de surtos de euforia à mais profunda depressão. E também presenciamos a escalada da violência, criminalidade, conflitos, guerras e acidentes fatais.Tudo dentro do mesmo caldeirão da nossa vida. Assim, vivendo na dualidade entre o bem e o mal, o criar e o destruir, o amar e o odiar, o esperar e o descrer, chegamos a 2025. Que ele possa nos proporcionar uma realidade mais próxima possível dos nossos sonhos generosos e solidários. Que a vida possa encarnar a alma da paz! Gilberto Natalini -Médico e Ambientalista