Comissão da Verdade ouve João Vicente, filho do ex-presidente João Goulart

A Comissão da Verdade Vladimir Herzog da Câmara Municipal de São Paulo ouviu nesta terça-feira, dia 11 de fevereiro, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, Jango, deposto em 1964 pelo regime militar. João Vicente foi ouvido pelo presidente da Comissão da Verdade, vereador e médico Gilberto Natalini e pelo relator vereador Mário Covas Neto.

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Na avaliação de João Vicente, é correta a informação do relatório apresentado pela Comissão da Verdade que concluiu que o ex-presidente Juscelino Kubitscheck foi assassinado, contrariando a tese de acidente defendida pelo governo militar. “Nesse período, iniciava-se um processo de reabertura e realinhamento político e isso gerava uma preocupação para os militares, ainda mais com líderes nacionalistas, como Jango, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, que lutavam em nome da democracia brasileira.”
João Vicente falou também sobre as investigações feitas sobre a morte de Jango, seu pai, que teve os restos mortais exumados no ano passado. “A exumação é um dos meios para chegar a verdade, para sabermos se meu pai foi envenenado. Mas o exame não é conclusivo, já que se passaram muitos anos, e dependendo da substância utilizada, não será possível saber o que aconteceu”, disse. “Queremos também que o Ministério Público peça que sejam realizadas oitivas com agentes americanos, o que pode também ajudar a esclarecer o caso”.
João Vicente acredita que seu pai, Jango, foi envenenado. “Eu ouvi o depoimento de Mário Neira Barreiro, ex-agente do serviço de inteligência uruguaio, e ele afirmou que os remédios que o meu pai tomava foram trocados. Além disso, ele contou que era responsável por monitorar tudo o que João Goulart fazia”.
“Foi muito esclarecedor o que ouvimos aqui e estamos fazendo um link do que aconteceu com JK e Jango. A nossa conclusão é que Juscelino Kubitschek foi assassinado por meio de um atentado. E o filho de João Goulart está convicto de que o pai foi morto em uma operação que perseguia aqueles que ameaçavam a abertura lenta e gradual do regime militar”, avaliou o presidente da Comissão da Verdade vereador Natalini.

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