A Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, em funcionamento na Câmara Municipal de São Paulo, enviou o ofício nº 5540/2014 à presidente da República, Dilma Rousseff, solicitando, em nome da História do Brasil, da Verdade, da Memória e da Justiça, o reconhecimento oficial de que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek e seu motorista, Geraldo Ribeiro, foram assassinados em 22 de agosto de 1976, num atentado ocorrido na Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ).
Além da presidente Dilma, receberam o “Relatório JK”, um documento de 30 páginas com 103 indícios, evidências, provas e testemunhos que levaram a Comissão Municipal da Verdade a declarar o assassinato de JK, as seguintes autoridades: Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal; Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional; Rodrigo Janot, procurador-geral da República; e Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade.
O “Relatório JK” também foi encaminhado aos procuradores da República de Volta Redonda (RJ) e de Resende, respectivamente Paulo Gomes Ferreira Filho e Luciana Fernandes Portal Lima Gadelha, que abriram inquéritos civis públicos após tomarem conhecimento das investigações sobre a morte de JK conduzidas pela Comissão Municipal da Verdade.
“Juscelino Kubitschek não perdeu a vida num simples acidente de trânsito, conforme alegaram as autoridades do período militar com base em perícias feitas em 1976 e mesmo as que vieram depois”, afirma Gilberto Natalini, presidente da Comissão Municipal da Verdade.
“JK foi vítima de conspiração, complô e atentado político”, acrescenta Natalini, que presidiu ampla investigação da Comissão Municipal da Verdade. Ele acrescenta: “Agora, queremos que as autoridades federais proclamem oficialmente o assassinato de JK, para que possamos alterar de uma vez por todas essa página vergonhosa de nossa história”.