Comissão de Saúde discutiu a situação da epilepsia em São Paulo

Nesta quarta-feira, 29 de julho, a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher debateu a política de atendimento às pessoas com epilepsia na rede municipal de saúde, para entender todas as necessidades da causa. A reunião foi virtual e transmitida ao vivo, e contou com a participação da Associação Brasileira de Epilepsia – ABE, profissionais da saúde, assistentes sociais, representante da Secretaria Municipal da Saúde, além de familiares de pessoas que têm a doença.

A iniciativa da audiência foi do vereador Gilberto Natalini, do Partido Verde (PV), que tem a saúde púbica como uma das bandeiras do mandato, e é autor de dois Projetos de Lei em defesa das pessoas com epilepsia, que, atualmente, estão tramitando na Câmara. De acordo com o parlamentar, há muitos pontos que precisam ser melhor compreendidos para surgirem políticas públicas mais eficientes.

Desafios, necessidades e obstáculos de pessoas e famílias que convivem com a doença foram discutidas na reunião virtual junto com os vereadores da Comissão.

“As pessoas que têm epilepsia ainda sofrem muito preconceito, por isso é preciso entender melhor a doença, conscientizar a população e apoiar a causa da melhor maneira possível. Ainda não existe um mapeamento da epilepsia na cidade de São Paulo, número de casos em tratamento na rede pública, quem são essas pessoas, nem onde é possível realizar exames específicos para o tratamento. Precisamos entender com detalhes todo o cenário e discutir para encontrar soluções”, afirma Natalini.

O vereador encaminhou um requerimento de informações com uma série de perguntas à Secretaria Municipal de Saúde com a intenção de obter números relacionados à epilepsia na região.

A presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, Maria Alice Mello, destacou que a doença atinge de 1% a 2% da população, trazendo implicações não só ao doente, mas a toda família. Para ela, é necessária a presença familiar, dando suporte aos doentes, pois “eles sofrem estigmas na sociedade, gerando problemas psicossociais”.

Segundo o neurologista do Hospital das Clínicas, Lécio Figueira Pinto, das cerca de 80 mil pessoas com epilepsia em São Paulo, 15 mil estão em estado grave. O médico afirmou durante a Audiência Pública que “não existe um atendimento adequado na rede básica de saúde. Pacientes demoram para ser atendidos”, concluiu. Para a neurologista Laura Guilhoto, da Associação Brasileira de Epilepsia, a falta de medicamentos de alto custo distribuídos em postos de saúde interrompe o tratamento e prejudica a recuperação do paciente.

Durante a audiência da Comissão de Saúde, a mãe de uma criança diagnosticada com epilepsia reclamou do atendimento na rede pública, tanto em escolas quanto nas UBSs (unidades Básicas de Saúde). “Estas entidades estão despreparadas para receber uma pessoa epilética.” Fabiana Cristina Lopes ainda acrescentou que “ninguém vai morrer por conta da epilepsia, mas quanto mais demorado for o socorro, maior probabilidade de sequelas.” Por fim, ela pediu aos vereadores que haja um trabalho de conscientização e orientação nas instituições públicas.

A Sra. Claudia Ruggiero Longhi, Coordenadora da Área Técnica de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, ficou de levar as demandas para o Secretário Edson Aparecido e dará um retorno para o vereador Natalini que encaminhará aos participantes da reunião.

Ao término da Audiência Pública, Gilberto Natalini (PV) propôs reuniões contínuas à Secretaria Municipal de Saúde, via Comissão de Saúde, e treinamento de médicos da rede básica para melhorar o atendimento de pacientes com epilepsia.

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