Preparar a cidade de São Paulo e seus bairros para serem amigos da população idosa é um desafio atual e de longo prazo, que foi discutido no V Congresso Municipal sobre Envelhecimento Ativo, realizado no dia 12 de setembro, na Câmara Municipal de São Paulo.
A quinta edição do evento, idealizado e organizado pelo vereador Gilberto Natalini, com o apoio de mais de 40 parceiros, reuniu especialistas, pesquisadores e convidados. Os palestrantes participaram de forma presencial e online. O evento foi transmitido pelas redes sociais do vereador. Para quem não acompanhou, é possível assistir ao congresso completo nos links:
Além de Natalini, na abertura estiverem presentes Claudia Carletto, Secretária Municipal de Direitos Humanos, Marly Feitosa, Presidente do Grande Conselho Municipal do Idoso, Alessander Farid, responsável pelo Departamento de Gestão de Políticas e Programas de Esporte e Lazer, Dr. Samir Salman, superintendente do Hospital Premier e vereadores ligados à causa do envelhecimento.
Com a publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo da Lei n° 17.452, de 9 de setembro de 2020, o GCMI passa a se chamar Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa, e torna-se permanente, paritário e deliberativo. A conquista veio com o projeto de lei proposto pelos conselheiros e abraçado pelos vereadores Gilberto Natalini e Mario Covas Neto.
O Dr. Alexandre Kalache, referência mundial em envelhecimento, provocou importantes reflexões em sua palestra magna. Presidente do Centro Internacional da Longevidade Brasil (ILC, sigla em inglês) e co-presidente da Aliança Global de ILCs, Kalache foi um dos responsáveis pelo Guia Global Cidade Amiga do Idoso, em 2002, quando fazia parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como destacou o prof. Dr. Luiz Roberto Ramos, responsável pelo Epidoso/Unifesp, “uma cidade amiga do idoso enfatiza a capacidade, e não a incapacidade: ela é amiga de todas as idades e não apenas do idoso”. As pétalas, ou temas, que compõem o Guia Global são transporte, moradia, participação social, respeito e inclusão social, espaços abertos e prédios, apoio comunitário e serviços de saúde, comunicação e informação, participação cívica e emprego.
Dr. Kalache foi o palestrante magno do evento e abriu o congresso. O médico ressaltou em sua palestra a necessidade de um envelhecimento com equidade, levando-se em conta que todos estamos no mesmo barco. E é fundamental, como propõe a política de envelhecimento ativo, otimizar as oportunidades em saúde, participação, proteção, segurança e aprendizado ao longo da vida.
O presidente do ILC Brasil sempre diz: “A vida deixou de ser uma corrida de cem metros para ser uma maratona”, o que reforça a necessidade de resiliência e propósito no envelhecer. Da mesma forma é importante combater o preconceito etário com mudanças de atitude e o desenvolvimento de uma cultura de cuidado orientada por direitos. A todos deve ser garantido, por exemplo, acesso aos serviços de saúde, educação, uma renda mínima e inclusão social.
Os desafios são muitos para que as cidades sejam amigas dos idosos, como bem frisou Kalache, mas é preciso atenção para que essas cidades não se tornem elitistas, melhorando a vida de quem já tem uma vida boa. A atenção deve se voltar também às comunidades, às favelas, àqueles que envelhecem apesar de tudo.
“É preciso assumir o compromisso pela vida, de combate às desigualdades e empoderamento dos mais vulneráveis”, enfatizou Kalache.
Fonte: Blog Nova Maturidade