No último domingo (13), em comemoração aos 85 anos da Escola Paulista de Medicina (EPM), aconteceu no entorno do Parque Ibirapuera, a Corrida e Caminhada do GRAACC. Todo o dinheiro arrecadado irá para o tratamento das crianças com câncer atendidas pela entidade. O vereador Natalini, que é formado pela EPM e faz parte da comissão de organização das comemorações dos 85 anos da Escola, fez questão de prestigiar o evento.
“A Escola Paulista de Medicina é uma das principais escolas médicas do Brasil. Está completando 85 anos. Sinto muito orgulho em ser formado pela EPM”, disse Natalini.
A EPM foi a 11ª a ser criada no país; seu Manifesto de Fundação foi publicado em 1 de junho de 1933. Quando a Escola Paulista de Medicina foi fundada não possuía um único metro quadrado, mas foi grande o ideal e persistente a ação de seus fundadores: um grupo de cientistas e médicos com atuação destacada e idades variando de 27 a 54 anos.
Dois anos após, surgiu o problema do ensino para as aulas práticas em ambiente hospitalares. Com a compra da Chácara Schiffini na Rua Botucatu, nº 90, por quatrocentos e cinqüenta contos de réis, estava resolvida a problemática do terreno; lá se construiria a Escola e o Hospital São Paulo. Existiam, entretanto, duas questões sérias e praticamente insolúveis: o dinheiro para construir um hospital do porte daquele que sonharam os nossos fundadores e o tempo para construí-lo.
Afinal a Escola Paulista de Medicina já existia e seus alunos precisavam, em 1936, de ensino prático. Mas estes pioneiros não desanimaram: foram escolhidos doentes do Hospital Humberto Primo para as aulas e estudos clínicos. Com a condescendência do Conde Francisco Matarazzo. Paralelamente, convenceram Dona Maria Tereza Nogueira de Azevedo a desistir do seu Hospital Piratininga, destinado aos menores carentes e, com este dinheiro, reformaram e readaptaram uma casa da Chácara Schiffini, de tal sorte que em pouco mais de dois meses surgia o Hospital (constituído de um prédio de dois pavimentos) com 100 leitos, o “Pavilhão Maria Tereza” sede provisória do sonhado Hospital São Paulo, sendo que no andar térreo instalaram-se as enfermarias dos Profs. Octavio de Carvalho e Lemos Torres, e ainda um pequeno Laboratório de Análises, embrião do futuro Laboratório Central do Hospital São Paulo.
A Escola Paulista de Medicina foi reconhecida oficialmente em 31 de maio de 1938 e a federalização da Escola ocorreu pelo Decreto Presidencial de 21 de janeiro de 1956. Ela, que nasceu do pioneirismo de um grupo de jovens, tem mantido esse espírito inovador desde a sua criação em 1933.
A visão dos professores tem sido desde a sua fundação que a eficiência na área da saúde só seria alcançada se houvesse uma diversificação na formação de pessoal competente atuando em conjunto nas várias especialidades. Começou com o curso de Medicina, seguindo-se anos depois a criação da Escola de Enfermagem (1939). A UNIFESP-EPM foi uma das pioneiras em implantar Programas de Residência Médica no Brasil. A Residência Médica foi iniciada em 1957 visando adequar a formação do médico com os avanços da medicina e necessidades da sociedade.
Atualmente, são oferecidos 35 programas diferentes a mais de 400 médicos residentes. O curso de Ciências Biomédicas (1966) foi criado visando a formação de docentes e pesquisadores nas áreas básicas da Medicina, e logo a seguir os cursos de Fonoaudiologia (1968) visando a formação de profissionais habilitados no processo de comunicação humana e de Tecnologia Oftálmica (1970) em diferentes técnicas e exames diagnósticos integrando equipe de atendimento oftalmológico. Em 1970, foi criado o primeiro curso de Pós Graduação na Escola Paulista de Medicina.
Hoje, a universidade conta 5 cursos de graduação com cerca de 1400 alunos, 38 programas de pós-graduação nível mestrado e 37 de doutorado aprovados pela CAPES com cerca de 2100 alunos, e cerca de 1500 alunos de especialização distribuídos em 100 programas de extensão, além de uma significativa produção científica. A qualidade dos alunos titulados fica clara pela competência dos profissionais por ela formados no mercado de trabalho. As avaliações feitas por órgãos governamentais como a CAPES, ou pela iniciativa privada (por exemplo, Folha de São Paulo) a coloca entre as melhores Instituições do país.
Esses aspectos mostram que a UNIFESP-EPM além de atuar no transmitir do saber, é também uma importante fonte geradora do conhecimento.
A Universidade Federal de São Paulo, criada em 15 de dezembro de 1994, resultou da transformação da Escola Paulista de Medicina em universidade da área da saúde e tendo em conta a sua história e consciente da sua responsabilidade com a ciência e a comunidade da qual faz parte, a UNIFESP-EPM tem como missão desenvolver, em nível de excelência, as atividades inter-relacionadas de ensino, pesquisa e extensão, almejando a liderança nacional e internacional na área da saúde. É universidade especializada no campo de Ciências da Saúde.
É a mais produtiva das universidades brasileiras, considerada a relação entre trabalhos publicados em periódicos de circulação internacional e o número de docentes.