Desafios da Economia Verde

Em maio teremos a 9ª Conferência Municipal Produção Mais Limpa. Organizada anualmente pela CMSP, traz dessa vez a “Economia Verde” como tema central. Emprego verde é um termo recente e se refere às atividades relacionadas à criação e implantação de tecnologias sustentáveis, que reduzem o impacto ambiental.

 

No Brasil, existem hoje aproximadamente 2,6 milhões de pessoas trabalhando em vagas desse tipo, distribuídas em setores como energético, de transportes, serviços, construção civil e, principalmente, agricultura. Em todos eles, busca-se descobrir e viabilizar técnicas produtivas mais ecológicas. Em relatório publicado recentemente, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê grandes possibilidades de crescimento dos empregos verdes nos próximos anos.

 

A constatação da OIT deve ser bem avaliada pelos governantes, pois a oportunidade de expansão em qualquer setor significa sempre uma oportunidade de geração de empregos. Em um país onde a taxa de desemprego está hoje em torno de 7%, nada melhor do que investir em soluções como essa.

 

Para concretizar a perspectiva da OIT, porém, há alguns pré-requisitos. Antes de comemorar, é preciso fazer investimentos, especialmente na área de educação.

 

Quando as empresas multinacionais intensificaram suas atividades no Brasil na década de 90, nos demos conta de nosso déficit de mão de obra especializada. Era preciso formar novos profissionais, mais qualificados, para atender à demanda do mercado que surgia. Com a nova onda dos empregos verdes ocorre uma situação parecida. Oportunidades estão surgindo, mas a falta de qualificação pode se apresentar como um dificultador.

 

Nos últimos anos, foram realizados diversos investimentos na educação básica, aumentou o número de cursos técnicos e profissionalizantes, cresceu a oferta de vagas no ensino superior e programas como o Prouni ampliaram seu acesso. Muito foi feito, mas não podemos parar por aí. Para formar trabalhadores que estejam aptos a atuar no campo de empregos verdes, como pesquisadores ou nas vagas mais técnicas, é antes de tudo necessário dar a eles uma formação adequada.

 

Se essas medidas forem tomadas, teremos boas chances de gerar empregos, melhorar salários e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida de muita gente. Afinal, o conceito de sustentabilidade não envolve só iniciativas benéficas ao meio ambiente, mas também à sociedade como um todo.

 

Além disso, os empregos verdes terão um importante papel para ajudar-nos a cumprir metas ambientais e até mesmo superá-las. Um país que já é referência internacional por causa do etanol teria ainda mais potencial para se firmar como potência sustentável.

 

Aqueles que se interessarem pelo assunto podem comparecer à Conferência Produção Mais Limpa, que acontece dia 12 de maio no Memorial da América Latina, em São Paulo. Inscrições gratuitas clique aqui. O painel sobre empregos verdes contará com a presença de Paulo Muçouçah, da OIT, Marcelo Takaoka, do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, de Alcir Vilela Junior, do SENAC e de Carlos Magno, do Climatempo, além do diplomata e diretor da FAAP, Rubens Rícupero, que fará a palestra magna. Estão todos convidados.

 

Gilberto Natalini

médico e vereador (PSDB/SP)

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