Entidade promove os beneficios da agricultura organica

Com o apoio do vereador Natalini a Associação de Agricultura Orgânica – AAO defende e promove os benefícios da agricultura orgânica para uma alimentação saudável e sustentável.

A entidade surgiu em 28 de maio de 1989 no município de Cotia oriunda de um grupo da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo São Paulo – AEASP que constituiu-se nos anos 70.

Em 1989 foi cedido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento – SAA o espaço no Parque da Água Branca onde a AAO instalou sua sede, inaugurada em 27 de março de 1990.
Em 1991 a AAO recebeu a incumbência da SAA de gerir a Feira do Produtor Orgânico do Parque da Água Branca, que inaugurou em 23 de fevereiro de 1991, com 12 produtores credenciados.
Foi a primeira ONG brasileira a criar normas de produção orgânica centradas na realidade local, contemplando os critérios básicos para os agricultores se credenciarem na Feira do Produtor Orgânico. Destaque-se que as normas originais da AAO tinham um caráter educativo, orientador e normativo; não punitivo.

Desde o início da década de 90 a AAO esteve bastante envolvida em articulações e ações com o movimento de agricultura alternativa e agroecológico do Brasil e da América Latina.

Participou da idealização, da fundação e da primeira diretoria do Movimento Agroecológico Latino Americano – MAELA, constituído em São Paulo em 1992, na semana que antecedeu a Conferencia Internacional da IFOAM.

A entidade foi a coordenadora geral da 9ª. Conferencia Científica da IFOAM, realizada em São Paulo em novembro de 1992, em parceria com a ASPTA, IBD, MOA e IFOAM.

Participou de vários eventos sobre Agroecologia promovidos pelo MAELA na Bolívia, Peru, Uruguay e Venezuela.

Cabe à AAO a responsabilidade pela criação da Comissão Técnica de Agricultura Ecológica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA/SP, na qual teve atuação expressiva na organização e realização de ações no âmbito da pesquisa, das políticas públicas, da normatização e comercialização de produtos orgânicos, e na capacitação de recursos humanos.

Realizou pesquisas sobre agricultura orgânica apoiadas pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, em convênio com a FUNDACENTRO produziu vídeo sobre a problemática dos agrotóxicos e a produção orgânica, integrou a Rede de ONGs da Mata Atlântica, participou da organização e da realização dos Encontros Regionais de Agricultura Alternativa – ERAA, o 1º realizado em Taubaté em julho de 1990, e o 2º. em Botucatu em 1993, e do I Simpósio de Agricultura Ecológica realizado no IAC.

Esteve envolvida em colaboração com Cuba, onde participou do 1º Encontro de Agricultura Orgânica de Cuba como convidada oficial.
A trajetória da AAO inclui ainda a luta contra a privatização do Parque da Água Branca, em parceria com a Associação dos Amigos do Parque3, o apoio à constituição da COOPERNATURA, que agregava os produtores orgânicos e tinha sede em São Roque, entidade que não se consolidou, possivelmente por ter sido criada antes de sua real necessidade.
A Instituição colaborou na idealização e na execução das duas versões do Premio Banespa Agro ambiental, e no decorrer de toda sua existência tem envidado esforços no treinamento e capacitação de recursos humanos, incluindo técnicos, agricultores, estudantes, leigos.

A entidade teve assento também no 1º. Comitê de Nacional de Produtos Orgânicos, grupo que consolidou a Portaria Normativa 007 do MAPA de 1999, que foi a base para a elaboração da lei Nacional da Produção Orgânica, em fase de regulamentação.

Em sua trajetória a AAO ganhou credibilidade e expressão devido à uma postura e ação política e técnico científica fundamentada, independente, crítica, pautada pelo interesse coletivo, e tendo como foco central a promoção da agricultura orgânica enquanto alternativa coerente e sustentável em âmbito sócio ambiental.

A expressão e a dimensão política alcançadas pela AAO devem ser creditadas ao empenho de seus associados, aos agricultores, aos dirigentes, aos simpatizantes e colaboradores nas esferas técnica, produtiva, política, científica, organizacional.

1 Dirigida por Hildegard Richter Broomberg, a Higa, que sempre deu grande apoio à AAO.

2 São eles Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

3 Presidida na época por Paulinho Nogueira.
 

 

O que é agricultura orgânica

O conceito de agricultura orgânica surge com o inglês Sir Albert Howard, entre os anos de 1925 e 1930, que trabalhou e pesquisou durante muito anos na Índia. Howard ressaltava a importância da utilização da matéria orgânica e da manutenção da vida biológica do solo.

Resumidamente, agricultura orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente. Sempre que possível baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza.

 

Um pouco da história

Segundo Eduardo Ehlers, debaixo do grande guarda-chuva que é o conceito de agricultura alternativa, insere-se a vertente da agricultura orgânica. Debaixo do mesmo guarda-chuva estão as chamadas agricultura natural, biodinâmica e biológica.

No início dos anos 30 alguns cientistas alertaram sobre os equívocos do modelo convencional de produção agrícola (uso de insumos químicos, alta mecanização das lavouras, entre outras práticas) não seria este o modelo que garantiria o futuro das terras férteis.

Após a 2ª Guerra Mundial, os produtos químicos tornaram-se mais conhecidos, conseqüentemente os agrotóxicos começaram a ser utilizados na agricultura convencional. No entanto, até os anos 70, os defensores da agricultura sustentável eram ridicularizados.

A partir dos anos 60, começam a surgir indícios de que a agricultura convencional apresenta
sérios problemas energéticos e econômicos e causa um crescente dano ambiental. Neste período várias publicações e manifestações despertaram o interesse da opinião pública. Na década de 80 o movimento cresce, e na de 90 explode. Cada vez mais surgem produtores orgânicos até chegarmos ao quadro atual, no qual os orgânicos estão presentes nas gôndolas das grandes redes de supermercados.

 

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