Essa frase é antiga, já é conhecida de todos nós. Mas, creio, ela nunca foi tão atual e oportuna na vida dos brasileiros como agora.
Temos um país desolado por um radicalismo nefasto e uma polarização artificial e agressiva entre uma “direita” troglodita, e uma “esquerda” que praticou as lambanças de corrupção. As aspas são propositais.
Bolsonaro, que perdeu as eleições, deixa o governo com o Brasil atolado em gravíssimos problemas financeiros e enormes estragos administrativos.
O orçamento para 2023, não cobre o custeio das necessidades mínimas do país. E no campo da gestão o estrago é desastroso.
Cito só dois exemplos:
– na área da saúde, o corte orçamentário para 2023 chega a 40 bilhões de reais, o que afeta áreas vitais do setor e o desmonte no Ministério da Saúde, como no programa nacional de imunização e no atendimento do câncer, acarretando a desassistência à população.
– na área ambiental, o estrago é gigantesco, com recordes de desmatamento, de contaminação por mercúrio, de liberação de agrotóxicos proibidos, com desleixo à proteção dos biomas, e com as políticas climáticas.
Falta dinheiro e gestão em todas as áreas do governo.
O governante que entra venceu as eleições numa frente política de partidos e pessoas, onde nem todos que apoiaram e votaram pertencem ao campo de Lula/PT.
Foi uma escolha de exclusão no segundo turno, onde a bandeira principal foi a defesa da Democracia e a rejeição à barbárie. E assim, Lula ganhou numa eleição muito disputada pois a rejeição ao PT é altíssima.
Terminada a votação, diplomados os vencedores, caminha-se agora para a posse do próximo governo.
Em que pese as reações radicalizadas e golpistas de grupos bolsonaristas, que pedem o desrespeito às eleições e o golpe militar, a imensa maioria do povo brasileiro, respeita o resultado das urnas, aguarda a posse e as ações do novo governo.
E aqui começa outro capítulo dessa novela/drama chamado Brasil.
Todas as pessoas sensatas sabem o que os governos do PT “fizeram no verão passado” no campo da (i)moralidade pública.
Está fresco na memória dos brasileiros o escândalo do Mensalão e do Petrolão.
Dessa forma, é gigantesco o desafio do presidente que assume a tarefa de manter a frente democrática que o elegeu, de enfrentar os desafios da crise financeira, do abismo social, dos estragos ambientais e da moralidade pública,
A despeito dos discursos de Lula, nós que somos calejados nos descaminhos do nosso Brasil, não podemos relaxar.
É preciso, mais do que nunca, agir para que o futuro presidente acerte e cumpra os compromissos de campanha. Que caminhe para manter e ampliar a frente democrática com os setores mais éticos do país, que garanta a democracia e combata a pobreza e a fome.
E principalmente, não caia nas práticas imorais da política brasileira.
Estamos, sim, atentos para esses caminhos.
Feliz Ano Novo!
Gilberto Natalini- Médico e Ambientalista